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Mercado vê inflação e dólar mais altos e volta a reduzir estimativa para PIB em 2018

Publicado 17.09.2018, 10:27
© Reuters. Notas de reais e dólares em foto ilustrativa

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado voltou a reduzir a projeção para o crescimento da atividade econômica no Brasil neste ano mas elevou a conta para a inflação em meio ao nível mais alto do dólar, de acordo com pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

Em um cenário de dificuldade de impulso da atividade com desemprego alto e incertezas elevadas antes da eleição presidencial de outubro, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 é calculada agora em 1,36 por cento, de 1,40 por cento anteriormente. Para 2019, permanece a expectativa de crescimento de 2,5 por cento

O levantamento semanal realizado com uma centena de economistas mostra ainda que o cálculo para a inflação foi elevado em 0,04 ponto percentual, com a estimativa de alta do IPCA este ano chegando agora a 4,09 por cento, enquanto que para o ano que vem a projeção segue em 4,11 por cento.

O centro da meta oficial do governo para 2018 é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento, sendo que para ambos os anos há margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A mudança ocorre em meio a um cenário de real mais desvalorizado, com a projeção para o dólar no final deste ano passando a 3,83 reais, de 3,80 reais antes. Para 2019 a estimativa também subiu a 3,75 reais, de 3,70 reais.

Ainda assim, os especialistas consultados deixaram inalteradas as contas para a taxa básica de juros, com a Selic estimada a 6,5 por cento no final deste ano e a 8 por cento em 2019. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a taxa respectivamente a 6,5 e 7,63 por cento, na mediana das projeções.

© Reuters. Notas de reais e dólares em foto ilustrativa

O Comitê de Política Monetária (Copom) decide na quarta-feira se manterá ou não a Selic na atual mínima histórica, de 6,5 por cento, sendo que em suas últimas comunicações o BC tem reforçado que só reagirá pelo canal de política monetária quando os choques, incluindo o cambial, baterem na expectativa de inflação no horizonte relevante.

(Por Camila Moreira; Edição de Marcela Ayres)

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