SÃO PAULO (Reuters) - O mercado voltou a aumentar a projeção para a inflação neste ano, mas reduziu a expectativa para o dólar, além de deixar inalterados os cenários para a atividade econômica e para taxa básica de juros, na esteira do avanço de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) para o segundo turno da eleição presidencial.
A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central mostrou que a expectativa agora é de uma inflação de 4,43 por cento em 2018 e de 4,21 por cento em 2019, sobre 4,40 e 4,20 por cento respectivamente no levantamento anterior.
O centro da meta oficial para este ano é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento. A margem de tolerância para ambos os anos é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O aumento nas expectativas para a alta do IPCA acontece apesar da redução na conta para o dólar este ano a 3,81 reais, de 3,89 reais antes, e para 3,80 reais em 2019, de 3,83 reais.
Entretanto, para este ano a projeção para os preços administrados foi elevada a 7,84 por cento, 0,11 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), entretanto, permanece o cálculo de 1,34 por cento neste ano e de 2,50 por cento no próximo.
Este é primeiro levantamento realizado semanalmente pelo BC com projeções feitas após o primeiro turno da eleição à Presidência da República, em que Bolsonaro conquistou uma votação expressiva, mas em que Haddad foi salvo pela Região Nordeste para garantir uma nova rodada de votação em 28 de outubro.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não mudou a perspectiva de que a Selic terminará este ano a 6,5 por cento e 2019 a 8 por cento. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também manteve sua projeção para este ano em 6,5 por cento, mas aumentou a do ano que vem de 7,88 por cento para 8 por cento.
(Por Camila Moreira)