Investing.com – O dólar norte-americano apresentou forte queda em relação às principais moedas na sexta-feira, atingindo seu pior desempenho semanal em relação ao euro em três anos e registrando o maior declínio semanal frente ao iene e ao franco suíço em dois meses em meio a dúvidas sobre a rapidez com a qual os EUA elevarão as taxas de juros.
A queda forte do dólar ocorreu em meio a incertezas sobre o caminho da política monetária norte-americana após o Banco Central dos EUA ter reduzido na quarta-feira suas projeções de crescimento e inflação e ter reduzido também as projeções para a taxa de juros.
A declaração do Banco Central dos EUA diminuiu as expectativas de uma alta na taxa de juros no meio do ano, fazendo os investidores deixar posições que se beneficiariam de um dólar mais forte.
EUR/USD subiu 1,52%, para 1,0820 na sexta-feira. Na semana, o euro ganhou 3,2%, o maior aumento desde outubro de 2011.
USD/JPY caiu 0,64%, para 120,03 no final do pregão, encerrando a semana com perdas de 1,06%. USD/CHF recuou 1,54%, para 0,9747, para uma perda semanal de 3,16%.
O índice do dólar, que mede a força do dólar norte-americano em relação à cesta das seis principais moedas, encerrou a semana em baixa de 2,53%, registrando a maior perda semanal desde outubro de 2011.
As moedas expostas a commodities também ganharam força em relação ao dólar norte-americano na sexta-feira. AUD/USD subiu 1,63%, para 0,7774, NZD/USD saltou 2,04%, para 0,7565, e USD/CAD perdeu 1,3%, para 1,2551.
Apesar da queda da semana passada, é provável que o dólar continue ganhando força, com os mercados ainda esperando que Banco Central dos EUA eleve a taxa de juros antes dos outros bancos centrais.
Este ano, o euro caiu cerca de 10% em relação ao dólar norte-americano até o momento, e o programa de flexibilização quantitativa de trilhões de euros do Banco Central Europeu (BCE), que foi lançado no início do mês, deve continuar agindo como um peso sobre o euro.
Nesta semana, os investidores estarão focando no relatório de inflação dos EUA, a ser divulgado na terça-feira, após a presidente do banco central norte-americano, Janet Yellen, ter alertado na semana passda que o dólar mais forte estava fazendo a inflação cair.
Dados de uma pesquisa sobre a atividade do setor privado da zona do euro, com divulgação prevista para terça-feira, também serão atentamente observados.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 23 de março
O Reino Unido deve publicar dados do setor privado sobre as expectativas de pedidos industriais.
Os EUA devem publicar um relatório sobre as vendas de imóveis residenciais usados.
Terça-feira, 24 de março
A China deve divulgar a leitura preliminar do seu índice HSBC (LONDON:HSBA) de manufatura.
A zona do euro deve produzir dados de uma pesquisa sobre a atividade do setor privado na região, ao passo que Alemanha e França também publicarão relatórios individuais atentamente observados.
O Reino Unido e os EUA devem divulgar relatórios sobre o índice de preços ao consumidor. Os EUA também devem divulgar dados sobre as vendas de imóveis residenciais novos.
Ainda na terça-feira, a Nova Zelândia deve produzir um relatório sobre a balança comercial do país.
Quarta-feira, 25 de março
Na zona euro, o Instituto Ifo deve publicar dados sobre o clima no ambiente de negócios alemão.
O Reino Unido deve divulgar dados do setor privado sobre as vendas no varejo e aprovações de hipotecas.
Os EUA devem publicar dados sobre os pedidos de bens duráveis.
Quinta-feira, 26 de março
O grupo de pesquisa de mercado Gfk deve publicar um relatório sobre o clima do consumidor alemão.
A zona do euro deve divulgar dados sobre a oferta monetária M3 e empréstimos privados.
O Reino Unido deve produzir dados sobre as vendas no varejo.
No final do dia, o presidente do Banco do Canadá, Stephen Poloz, deve se pronunciar; seus comentários serão atentamente observados.
Sexta-feira, 27 de março
O Japão deve divulgar uma série de relatórios econômicos, incluindo dados sobre os gastos domésticos, inflação, desemprego e vendas no varejo.
Os EUA devem encerrar a semana com dados finais sobre o crescimento econômico no quarto trimestre e uma leitura revista da Universidade de Michigan sobre o índice do sentimento dos consumidores.