Por Trevor Hunnicutt e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Muitas autoridades do Federal Reserve, na última reunião de política monetária, consideraram que estímulos adicionais serão necessários em breve se os riscos à economia dos Estados Unidos não se dissiparem, e diversos outros penderam nesta direção, mostrou a ata da reunião de junho.
No encontro de 18 e 19 de junho, que pela primeira vez neste ano introduziu a possibilidade de que o Fed possa cortar juros no curto prazo, inúmeros membros do Fomc disseram que os juros devem cair para "acomodar os efeitos" de uma guerra comercial dos EUA e para firmar a inflação, que não está conseguindo atingir a meta de 2% ao ano do banco central norte-americano, segundo a ata divulgada nesta quarta-feira.
Mas eles não convenceram todos seus colegas.
"Alguns" diretores pensaram "que ainda não há um argumento forte para um corte de juros dos níveis atuais" e queriam reunir mais informações antes de concordarem com uma política que o presidente dos EUA, Donald Trump, tem exigido e que os mercados agora veem como quase certa.
A última reunião do Fed ocorreu em meio à angústia de autoridades sobre a possibilidade de que a mais longa recuperação econômica da história dos EUA possa ser interrompida em razão da desaceleração do crescimento global e de uma guerra comercial do governo Trump com a China.
Diretores mantiveram sua meta da taxa de juros estável na faixa de 2,25% a 2,5%, mas abandonaram promessas de serem "pacientes" antes de mudanças nos juros.
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Somente alguns "poucos" participantes pensaram ser necessário um corte imediato, mas todos os diretores "em geral concordaram" que os riscos baixistas à economia tinham "aumentado materialmente", segundo os registros da reunião.
Após a reunião, China e EUA concordaram em retomar negociações comerciais e Washington prometeu não impor novas tarifas. Mas, nos últimos dias, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que as incertezas ligadas ao comércio podem ainda estar pesando sobre a confiança e investimento empresariais, possivelmente exigindo alguma ação.
Diretores também debateram a utilidade e riscos que podem vir com possíveis novas ferramentas para controlar juros.