Por Leika Kihara e David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse nesta quarta-feira que o banco central tem que prestar mais atenção ao risco de não cumprir sua meta de inflação de 2% com aperto monetário prematuro, em vez de ficar atrás da curva no combate ao aumento muito forte dos preços.
Enquanto outros países estão vivenciando uma inflação elevada, a situação é "bastante diferente" no Japão, disse Ueda em briefing do Japão como presidente do G7, junto do ministro das Finanças, Shunichi Suzuki.
"Não nego a possibilidade", disse Ueda quando questionado por um repórter se o Japão poderia arriscar ficar atrás da curva ao lidar com o risco de uma inflação muito alta ao manter a política monetária ultrafrouxa por um período prolongado.
"Mas o Banco do Japão deve prestar mais atenção ao (risco de) não conseguir atingir a inflação de 2%" com o fim prematuro da política frouxa, e não com o atraso no aumento dos juros, disse Ueda, que está em Washington para sua primeira reunião internacional desde que assumiu o cargo no domingo.
Ueda disse ter explicado a seus pares na reunião do G7 que o banco central japonês continuará com sua flexibilização monetária até que a meta de inflação de 2% seja atingida de maneira estável e sustentável.
O Japão continua sendo uma exceção entre uma onda global de bancos centrais apertando a política monetária para combater o aumento dos preços, enquanto o banco central japonês se concentra em apoiar uma economia frágil até que aumentos duradouros na inflação e nos salários apareçam.
Os mercados, no entanto, estão fervilhando com especulações de que o Banco do Japão eliminará ou encerrará sua controversa política de controle de rendimentos de títulos sob Ueda, devido aos crescentes efeitos colaterais da flexibilização prolongada, como o impacto nos lucros dos bancos.