Por Leika Kihara
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse esperar que a economia global se recupere após um período de desaceleração, o que ajudará na alta dos salários domésticos, mantendo as perspectivas econômicas otimistas do banco.
Mas Ueda explicou que disse a seus pares do G20 que o banco central pretende manter a política monetária ultrafrouxa, já que a inflação, que agora está em torno de 3%, deve desacelerar abaixo de sua meta de 2% na segunda metade deste ano fiscal.
"As previsões do Banco do Japão já levam em conta a chance de uma desaceleração econômica global. Mas elas não veem uma recessão global severa como um cenário básico", disse Ueda em coletiva de imprensa na quinta-feira, depois de participar do encontro de líderes financeiros do G20 em Washington.
"Como nosso cenário básico é de crescimento global após um período de desaceleração, os salários do Japão provavelmente continuarão subindo", disse ele.
Os comentários foram feitos depois que o Fundo Monetário Internacional cortou na terça-feira sua perspectiva de crescimento global para 2023 e alertou que a turbulência no sistema financeiro poderia reduzir a produção para níveis próximos da recessão.
Ueda assumiu o cargo no domingo, sucedendo Haruhiko Kuroda, que implantou estímulos monetários maciços durante sua gestão de uma década, que agora está atraindo críticas por distorcer os mercados de títulos e prejudicar os lucros das instituições financeiras.