Por Leika Kihara e Takahiko Wada
TÓQUIO (Reuters) - O núcleo da inflação no Japão permaneceu acima da meta de 2% do banco central em dezembro mas desacelerou pelo segundo mês consecutivo, mostraram dados nesta sexta-feira, reforçando as expectativas de que o banco central não terá pressa em eliminar o estímulo monetário.
Os dados, em linha com a mediana das previsões do mercado, destacam o recuo da pressão inflacionária das importações de matérias-primas e aumentam a chance de o Banco do Japão manter as taxas de juros ultrabaixas na reunião da próxima semana.
No entanto, aumentos constantes nos preços de serviços e perspectivas crescentes de aumentos sólidos nos salários provavelmente manterão vivas as expectativas do mercado de que o banco central retirará as taxas de juros de curto prazo do território negativo por volta de abril, segundo alguns analistas.
"A economia do Japão não está em muito boa forma, com sinais fracos observados no consumo e nos gastos de capital. Mas isso não parece estar afetando o ímpeto de aumento de salários das empresas", disse o ex-economista do banco central japonês Seisaku Kameda.
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui alimentos frescos mas inclui custos de energia, subiu 2,3% em dezembro em relação ao ano anterior, marcando o ritmo mais lento de aumento desde junho de 2022. Em novembro houve aumento de 2,5%.
A desaceleração deveu-se, em grande parte, a uma queda de 11,6% nos custos de energia, o que refletiu o efeito base do forte aumento do ano passado e os subsídios do governo para reduzir as contas de serviços públicos e da gasolina.
Embora os preços dos alimentos tenham continuado a subir, o ritmo de aumento foi moderado, em um sinal de diminuição da pressão de custo que manteve o núcleo da inflação acima da meta do Banco do Japão desde abril de 2022.