Por Krisztina Than
BUDAPESTE (Reuters) - O primeiro-ministro húngaro, o nacionalista Viktor Orbán, alegou nesta quarta-feira que a liderança da União Europeia tenta derrubar seu governo e impor uma administração fantoche em Budapeste, fazendo uma conexão direta com o levante húngaro contra a União Soviética em 1956.
Alvo da mais grave ameaça ao seu governo de 14 anos quando o partido de oposição liderado por um novato na política disparou nas pesquisas, Orbán deu as declarações a apoiadores no aniversário da revolta contra a dominação soviética destruída pelo Exército Vermelho.
O primeiro-ministro húngaro, que tem repetidamente entrado em conflito com líderes da UE, mais recentemente no Parlamento Europeu no início deste mês, disse em um discurso que suas políticas relacionadas à guerra na Ucrânia e à imigração são inaceitáveis para Bruxelas.
"Sabemos que eles querem nos forçar à guerra (na Ucrânia), que querem impor seus imigrantes e entregar nossas crianças para ativistas de gênero", disse em um palco montado no Parque Millenaris, de Budapeste.
"Sabemos que eles têm (a ideia de) um governo fantoche, o partido que querem nos impor", disse Orbán, aludindo ao novo partido de centro-direita pró-UE Tisza, de Peter Magyar, que discursou em um comício com mais de 10 mil pessoas mais tarde.
Em Bruxelas, um porta-voz da Comissão Europeia se recusou a comentar as declarações de Orban.
(Reportagem de Krisztina Than)