Nova York, 27 out (EFE).- A onda de pacotes-bomba enviados nesta semana para personalidades democratas nos Estados Unidos, atribuída a um seguidor do presidente Donald Trump detido na sexta-feira, atrapalhou a campanha para as eleições legislativas do dia 6 de novembro.
A apenas oito dias para o pleito, a intensa campanha eleitoral, que conta por um lado com os democratas lutando por recuperar controle no Congresso nestas eleições e, por outro, com os republicanos brigando para mantê-lo, foi denegrida por causa dos pacotes-bomba.
Esta é uma eleição essencial para o Partido Democrata, que enfrenta o controle dos republicanos em Washington, liderados pelo presidente Donald Trump, o que levou o ex-presidente Barack Obama a entrar na campanha na busca de mobilizar o maior número de votos nas urnas a favor de seu partido.
O multimilionário George Soros, conhecido doador democrata e a ex-secretária de estado Hillary Clinton, ambos em Nova York, assim como o ex-presidente Obama em Washington, todos alvos de fortes críticas de Trump, receberam tais pacotes mobilizando um grande contingente de agentes de segurança nacional e local.
A congressista Debbie Wasserman na Califórnia, o senador Cory Bookler de Nova Jersey e o ex-diretor da CIA John Brennan, também foram destinatários destes pacotes-bomba, o que surpreendeu o país, enchendo de medo muitos cidadãos.
Políticos de ambas as partes criticaram as bombas dizendo que isso não tem vez na democracia.
Mas estas críticas são feitas em um país que vive um clima carregado, criado pelos próprios políticos e suas constantes abordagens sobre diversos temas como imigração, em particular nestes dias em que houve uma entrada em massa através da fronteira sul e uma caravana de milhares de pessoas a caminho, ou sobre terrorismo.
Enquanto isso, Trump entre troca de acusações acusa seus adversários e veículos de comunicação pelo turbulento ambiente político. É neste ambiente que os americanos caminham para as eleições.
Com o envio dos pacotes a democratas, um total de 13, e a detenção na Flórida de um de seus simpatizantes, César Altieri Sayoc, foi criada uma nova controvérsia, - das tantas que houveram ultimamente no país -, quando alguns, como a ex-secretária Hillary ou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês) lhe responsabilizou de motivá-los devido a sua retórica agressiva.
Altieri Sayoc, de 56 anos, foi indiciado com cinco acusações federais, incluindo o de ameaçar ex-presidentes, e pode pegar até 48 anos de prisão.
Após sua detenção, Trump voltou a atacar a imprensa, apesar de ter prometido que mudaria seu tom, acusando-a de ter usado esta detenção "para fazer um gol político" contra ele e o Partido Republicano.
O presidente, que também faz uma forte campanha a favor dos seus candidatos em uma tentativa de manter o controle legislativo, reconheceu que este assunto diminuiu o voto antecipado de republicanos.
Trump fez um apelo para o comparecimento às urnas, para eleições vitais a ambos os partidos.
Os americanos votam no próximo dia 5 de novembro para renovar as 435 cadeiras da Câmara e um terço dos cem senadores, assim como mais de 30 governadores e várias câmaras estaduais.