WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu de forma inesperada na semana passada, mas permaneceu em patamares considerados condizentes com aperto das condições do mercado de trabalho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 23 mil, para 248 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 12 de fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 219 mil pedidos para a última semana.
As solicitações têm caído desde meados de janeiro, quando atingiram uma máxima de três meses, à medida que os casos de coronavírus, impulsionados pela variante Ômicron, assolavam o país.
Os Estados Unidos estão reportando uma média de 145.769 novas infecções diárias por Covid-19, bem abaixo das mais de 700 mil em meados de janeiro, de acordo com uma análise da Reuters a partir de dados oficiais.
Há uma escassez aguda de trabalhadores, com um quase recorde de 10,9 milhões de vagas de emprego em aberto no final de dezembro. Isso tem feito com que empregadores segurem seus trabalhadores, derrubando as solicitações abaixo de seus patamares pré-pandemia. Os pedidos estão bem longe de um pico recorde de 6,149 milhões, alcançado em abril de 2020.
"Embora deva continuar algum nível de instabilidade no mercado de trabalho no curto prazo, não ficaríamos surpresos em ver as solicitações caírem ainda mais abaixo dos níveis pré-pandemia nos próximos meses", disse Veronica Clark, economista do Citigroup (NYSE:C) em Nova York.
A economia dos EUA criou 467 mil empregos em janeiro. O mercado de trabalho nos Estados Unidos está se apertando, gerando um forte crescimento salarial, que está contribuindo para a alta da inflação.
A ata da reunião de 25 e 26 de janeiro do Federal Reserve, publicada na quarta-feira, mostrou que "muitos" membros do banco central norte-americano "viram as condições do mercado de trabalho como já dentro ou muito próximas daquelas consistentes com o pleno emprego".
A expectativa é de que o Fed comece a elevar os juros em março para conter a inflação, com economistas prevendo até sete altas ao longo deste ano.
(Por Lucia Mutikani)