Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego subiu para a máxima de cinco meses na semana passada, mas isso provavelmente não indica uma deterioração do mercado de trabalho já que a tendência continua consistente com condições de fortalecimento.
Outros dados publicados nesta quinta-feira mostraram que os preços mais baixos do petróleo e o dólar forte mantiveram fracas as pressões inflacionárias sobre os produtos importados em novembro. Os relatórios provavelmente não serão suficientes para mudar a percepção de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, vai elevar a taxa de juros na próxima quarta-feira pela primeira vez em quase uma década.
O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentou em 13 mil na semana terminada em 5 de dezembro, para 282 mil, segundo dados sazonalmente ajustados divulgados pelo Departamento do Trabalho. Trata-se do maior nível desde o começo de julho.
Os dados de pedidos de auxílio-desemprego tendem a ser voláteis nesta época do ano. A média móvel de quatro semanas, considerada uma medida melhor da tendência do mercado de trabalho já que atenua a volatilidade semanal, subiu em apenas 1,5 mil, para 270,75 mil, na semana passada.
É a 40ª semana seguida em que o dado fica abaixo do marco de 300 mil, que normalmente é associado com condições saudáveis do mercado de trabalho. É o período mais longo em que isso acontece desde o começo da década de 1970.
Em outro relatório, o Departamento do Trabalho informou que os preços de importados recuaram 0,4 por cento no mês passado após caírem 0,3 por cento em outubro. Os preços de importados recuaram em 15 dos últimos 17 meses.
Nos 12 meses até novembro, os preços desabaram 9,4 por cento. A força do dólar e o acentuado declínio dos preços do petróleo reduziram as pressões inflacionárias, deixando a alta dos preços bem abaixo da meta de 2 por cento do Fed.
No último mês, os preços do petróleo importado caíram 2,5 por cento após subirem 0,4 por cento em outubro. Espera-se que a recente queda dos preços do petróleo à mínima de 7 anos provoque ainda mais fraqueza.
Os preços das importações, excluindo o petróleo, caíram 0,3 por cento no mês passado após recuarem 0,4 por cento em outubro. O dólar já se fortaleceu 18 por cento frente as moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA desde junho de 2014, tornando as importações muito mais baratas.
(Reportagem de Lucia Mutikani)