SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Saúde anunciou neste sábado que o primeiro exame do paciente com suspeita de Ebola no Brasil teve resultado negativo, mas que somente poderá descartar definitivamente a hipótese para o vírus na segunda-feira, quando sairá o resultado de um segundo exame de sangue.
O homem, de 47 anos, procedente da Guiné (África), foi considerado suspeito depois de ter recorrido na quinta-feira a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cascavel, no Paraná, após apresentar febre.
"Ter o primeiro resultado como negativo não pode desarticular o conjunto de ações de vigilância" disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista neste sábado.
"Todo o protocolo continua sendo seguido até que tenhamos o resultado do segundo exame", disse o ministro.
O ministro, contudo, afirmou que a expectativa é que o segundo exame também dê negativo. Até lá, o paciente continua em isolamento e as 64 pessoas que tiveram contato com o paciente sendo monitoradas.
Segundo o ministro, o estado de saúde do paciente é estável e ele não apresentou mais nenhum sintoma da doença, como febre ou vômito. Tampouco os contactantes tiveram febre.
Transferido sob um esquema especial para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, para evitar contaminação, o paciente foi submetido a exame na sexta-feira para verificar a infecção pelo vírus Ebola. Uma segunda amostra de sangue será colhida neste domingo e enviada para análise laboratorial no Instituto Evandro Chagas, no Pará.
"Se o caso também for descartado como Ebola no segundo exame, o paciente sairá do isolamento e o sistema de vigilância dos contactantes será desmontado", anunciou o ministério em nota.
O surto do vírus letal está concentrado na Guiné, Libéria e Serra Leoa, países da África Ocidental, e já matou mais de 4 mil pessoas.
O ministro voltou a dizer que o Brasil continua sendo um país com poucas chances de transmissão do vírus e elogiou a resposta e coordenação das autoridades dos três níveis governamentais --município, Estados e União-- ao caso suspeito, e creditou em parte à preparação para a Copa do Mundo.
"Nós nos preparamos de fato para enfrentar a situação. Na primeira situação objetiva ... todos os procedimentos que estavam programados foram cumpridos", disse o ministro, acrescentando que se tivesse sido confirmado o caso, não haveria sido feito nada diferente.
O ministro disse que as autoridades continuarão aprofundando os contatos e trocando informações entre si, mas descartou de imediato a adoção de qualquer nova medida.
(Por Raquel Stenzel)