BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira que o avanço de 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre "pode parecer baixo, mas é forte se analisado por setores".
Em sua conta no Twitter, o ministro destacou que sem a agricultura, que caiu por razões sazonais, o crescimento foi de 1,1 por cento. "O avanço acumulado no ano até setembro é de 0,6 por cento, número que já supera a previsão inicial dos economistas para 2017. Isto mostra que o Brasil segue uma trajetória de crescimento", acrescentou ele.
Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo Banco Central junto a uma centena de economistas todas as semanas, a previsão para o avanço do PIB neste ano é de 0,73 por cento, subindo a 2,58 por cento em 2018.
Meirelles afirmou ainda que o avanço de 1,6 por cento do investimento no terceiro trimestre, o primeiro dado positivo após 15 trimestres seguidos de queda, "mostra otimismo em relação ao futuro".
Os investimentos mostraram o melhor desempenho em quatro anos no trimestre passado, indicação de que a retomada da atividade pode ter ganhado fôlego depois do mais longo período de recessão enfrentado pelo país.
Na comparação com igual período do ano passado, o PIB cresceu 1,4 por cento.
Também no Twitter, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o carregamento estatístico estaria em 1 por cento, sinalizando "que o crescimento deste ano poderá ser de 1 por cento".
Oliveira também apontou que, pela primeira vez após quatro anos, os dois principais componentes da demanda --consumo das famílias e investimento-- registram crescimento positivo no mesmo trimestre.
Na visão do ministro do Planejamento, o desempenho do PIB no terceiro trimestre "só não veio melhor porque as importações registraram forte crescimento, o que não deixa de ser boa notícia, pois confirma que a economia doméstica está mais aquecida e é mais um sinal de retomada".
Oliveira salientou ainda a importância de reformas, em especial a da Previdência, para tornar o crescimento da economia sustentável.
(Por Marcela Ayres)