Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As previsões para o resultado do PIB para o primeiro trimestre de 2022 são incertas, na visão do UBS, por causa da falta de dados atualizados. Ainda assim, o banco está um pouco mais otimista, levando em conta o desempenho da economia brasileira nos últimos meses.
O UBS elevou a sua estimativa para o PIB no 1T22 de 0,5% para 1%. Para o ano, a expectativa é de 1,1% para o PIB.
Porém, o banco destaca que esses números não são tão precisos, uma vez que a greve dos servidores do Banco Central prejudicou a divulgação dos dados recentes do Boletim Focus e do IBC-Br. Assim, há uma defasagem nas informações econômicas usadas para formular a previsão do banco.
Segundo o relatório divulgado pelo UBS, o crescimento da economia brasileira vem surpreendendo de forma positiva desde o 4T21, especialmente após as especulações sobre recessão terem começado no 3T21. Apesar de não haver nenhum indicador extraordinário, os números estão acima das expectativas do mercado.
Para o banco, a maior parte do desequilíbrio remanescente e inesperado entre bens comercializáveis e não comercializáveis se deve à alta inflação, que está amortecendo o varejo e os produtos industriais mais do que os serviços.
Além disso, os gargalos na oferta global também devem atuar como um empecilho, especialmente por causa das interrupções na produção chinesa e na mobilidade do país asiático, causados pela estratégia de combate ao coronavírus na China.
O UBS destaca que não se pode ignorar a correlação econômica entre Brasil e China e como isso afeta o crescimento brasileiro. Para 2022, a previsão do banco para o PIB chinês foi revisada de 4,2% para 3%.
Previsões para os próximos trimestres
Ainda levando em conta as incertezas trazidas pela falta de dados econômicos, o UBS reduziu a sua previsão de crescimento trimestral do PIB do 2T22 de 0,2% para 0,1%. Já para o 3T22, as estimativas passaram de -0,15% para -1,3%. Por fim, para o 4T22, é esperado uma recuperação parcial de 1% no trimestre.
Para 2023, a expectativa é que o PIB fique em 1,5%.
O banco explica que essas previsões são quase que completamente baseadas no desempenho esperado da China no segundo trimestre e na influência cumulativa das altas taxas locais no PIB.
Ao olhar mais especificamente para o Brasil, o UBS não espera que as eleições mudem as políticas macroeconômicas do país, fazendo com que o compromisso de controle da dívida sobre o PIB permaneça. Além disso, é possível que haja mais certeza no 4T22, com o próximo governo já eleito.
O mesmo também é válido para a Selic, segundo o UBS, que estima uma taxa a 13,25% na próxima reunião do Copom, mas depois espera uma redução até 8% no 4T23.