SÃO PAULO (Reuters) - Os preços ao produtor no Brasil tiveram em julho a maior queda mensal em pouco mais de um ano, devido principalmente ao recuo dos preços dos alimentos diante da safra grande e do elevado número de animais para abate.
Em julho, o Índice de Preços ao Produtor recuou 0,99 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta terça-feira, ampliando a queda de 0,20 por cento vista no mês anterior.
Essa é a maior deflação para o índice desde a queda de 1,20 por cento registrada em março de 2016. Em 12 meses, o IPP acumula alta de 1,11 por cento.
No mês passado, os preços dos alimentos caíram 2 por cento, sexta queda seguida.
"Além (das boas safras e do grande número de animais para abates), não podemos esquecer da valorização do real frente ao dólar durante o ano, o que afeta na redução de preços desse setor. Toda a parte de farelo de soja sofreu com isso", explicou o pesquisador da Coordenação de Indústria do IBGE, Manuel Campos, em nota.
Também tiveram forte influência sobre o resultado do IPP as quedas de 1,38 por cento do setor de refino de petróleo e produtos de álcool e de 1,42 por cento nos preços do setor químico.
Os preços baixos dos alimentos vêm ajudando a manter a inflação ao consumidor em níveis contidos, o que mantém o espaço para que o Banco Central siga com a trajetória forte de corte dos juros básicos.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos "na porta de fábrica", sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo.
(Por Camila Moreira)