SÃO PAULO (Reuters) - A deflação dos preços ao produtor no Brasil perdeu força em abril, mas ainda assim a taxa em 12 meses registrou a maior queda da série histórica, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 0,35% em abril, depois de queda de 0,65% em março, marcando a terceira taxa mensal negativa seguida.
Isso levou o índice acumulado em 12 meses a uma deflação de 4,63%, a maior queda da série histórica para esse indicador de acordo com o IBGE.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 apresentaram recuo de preços em abril na comparação com o mês anterior.
Os destaques foram as atividades de papel e celulose (-3,57%); madeira (-3,19%); e outros produtos químicos (-2,61%).
“A indústria química foi a atividade de maior influência no resultado do IPP em abril", afirmou Murilo Lemos Alvim, analista da pesquisa, destacando a fabricação de produtos químicos inorgânicos, onde estão os fertilizantes -- este grupo teve uma queda de 6,39% na comparação mensal.
"A partir do segundo semestre do ano passado, com menos restrições da pandemia e volta da exportação de países europeus, a oferta (de fertilizantes) cresceu, mas não foi acompanhada pela demanda. Isso impactou o setor químico como um todo”, completou Alvim.
Na outra ponta, a atividade farmacêutica registrou avanço de 3,97% no mês, devido à autorização do reajuste anual dos preços dos medicamentos, que costuma ocorrer entre março e abril. Em 2023, o aumento permitido foi de até 5,6%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
(Por Camila Moreira)