SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Preços ao Produtor (IPP) voltou a subir em setembro após dois meses de queda, impulsionado principalmente pela indústria extrativa e pelos alimentos num momento de expectativa em relação à flexibilização monetária.
O IPP registrou alta de 0,47 por cento em setembro sobre o mês anterior, após quedas de 0,25 e 0,57 por cento em agosto e julho, respectivamente, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira.
De acordo com o IBGE, na comparação mensal em setembro, os preços de 14 das 24 atividades pesquisadas subiram, contra 11 no mês anterior. As maiores influências positivas vieram da indústria extrativa (0,24 ponto percentual) e dos alimentos (0,20 ponto).
Em setembro, os preços da indústria extrativa apresentaram alta de 8,19 por cento sobre agosto. O IBGE destacou a retomada da demanda na siderurgia chinesa e à recuperação dos preços do minério ao longo do ano.
Já os preços dos alimentos subiram 0,94 por cento no mês, revertendo a queda de 0,69 por cento vista em agosto. Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pelo período de entressafra da soja, baixa disponibilidade de bois para abate e oferta interna reduzida e demanda mais alta por carnes e miudezas de aves congeladas.
Os alimentos são um dos fatores ao qual o Banco Central vem dando especial atenção na condução da política monetária, com o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmando a flexibilização da política monetária ocorrerá na medida que a inflação permitir.
Depois de cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto, para 14 por cento, o BC destacou que a magnitude do corte na Selic e possível intensificação de seu ritmo "dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária".
Em setembro, a inflação oficial ao consumidor atingiu o menor nível em pouco mais de dois anos favorecida pela queda dos preços dos alimentos e baixa demanda. Naquele mês, o IPCA teve variação positiva de 0,08 por cento, contra alta de 0,44 por cento em agosto.