Por Andrew Osborn e Kylie MacLellan
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, declarou nesta quinta-feira que restringir o acesso de imigrantes da União Europeia ao sistema de seguridade social do país é uma prioridade nas negociações com o bloco, antes mesmo da cúpula da UE na qual pretende lan;car conversas informais sobre o tema.
Cameron, reeleito em 7 de maio com maioria para governar sem necessidade de coalizão, prometeu dar novos contornos aos laços britânicos com a UE antes de realizar, até o final de 2017, um referendo para saber se a população deseja permanecer no bloco.
O premiê está sofrendo pressão para reduzir a imigração. Dados oficiais divulgados horas antes de sua fala mostraram que a imigração anual alcançou a cifra de 318 mil pessoas em 2014, quase um recorde, apesar de seu compromisso de diminui-la para menos de 100 mil – boa parte dela oriunda da UE e encorajada pela economia robusta da Grã-Bretanha.
"Eu e muitos outros acreditamos que é certo para nós reduzirmos os incentivos para as pessoas que querem vir para cá", disse Cameron a uma plateia em Londres antes de voar para a Cúpula da Parceria Oriental da UE na Letônia, sua primeira viagem ao exterior desde que foi reeleito. "As mudanças no sistema de seguridade social para diminuir a migração da UE será uma exigência certa em minha renegociação".
O foco do discurso de Cameron foi sobretudo a agenda interna, mas seu momento será visto como uma mensagem aos líderes do bloco europeu sobre a importância do tema para o premiê. Ele disse apoiar as regras de liberdade de movimento da União Europeia, mas que não é o único que deseja que os benefícios sociais não estimulem esse movimento.
"A liberdade de movimento sempre pressupôs a liberdade de movimento para se mudar e arrumar um emprego, e é essa liberdade de movimento que eu apoio", afirmou.
(Reportagem adicional de William James) 2015-05-21T133924Z_1006940001_LYNXMPEB4K0PJ_RTROPTP_1_MUNDO-GRABRETANHA-IMIGRACAO-CAMERON.JPG