Buenos Aires, 17 jun (EFE).- Os principais candidatos à presidência da Argentina em 2015 apostaram nesta terça-feira na negociação para enfrentar o pagamento da dívida aos fundos de investimento que exigiram da Argentina nos Estados Unidos e evitar assim uma moratória.
O governista Daniel Scioli, o peronista dissidente Sergio Massa e o conservador Mauricio Macri coincidiram em sugerir ao governo que abra uma via de negociação com os detentores de dívida que não participaram das reestruturações dos anos 2005 e 2008.
A Suprema Corte dos EUA não abriu espaço ontem para uma apelação apresentada pela Argentina para evitar que se efetive a decisão de um juiz nova-iorquino que a obriga a pagar mais de US$ 1,3 bilhão aos fundos litigantes, que têm dívida soberana afetada pela moratória de 2001 e nunca trocada.
"Quando você vê do outro lado vontade de pagar e começa a ser regularizada a situação, você acredita em instâncias negociadoras", assegurou Scioli, governador da província de Buenos Aires, para quem o importante é "não dar conselhos, mas apoiar a presidente" Cristina Kirchner.
Na opinião do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, assim que forem esgotadas as instâncias judiciais, é preciso "não continuar piorando as coisas, e, com muita tranquilidade, ir à instância que propõe o juiz (Thomas) Griesa para ver como se regulariza essa situação".
"Se não, isso vai ter consequências para a vida diária de todos nós", ressaltou o líder da conservadora Proposta Republicana (Pró).
Já o deputado nacional da Frente Renovadora (FR) Sergio Massa sustentou que a decisão da Corte americana a favor dos detentores de dívida "não é o castigo a um governo, mas uma sanção à Argentina, que tem que resolver sua situação com os mercados".
Para Massa, "o Estado é uma continuidade que vai além dos governos" e por isso proporá "a constituição de uma Comissão Bicameral que trabalhe de maneira articulada com o Ministério da Economia no tema da dívida".
Através de sua conta no Twitter, o dirigente da FR pediu para "transmitir calma, botar profissionalismo, e cuidar a dívida vigente, enquanto se dá uma solução para a essa decisão negativa".
"Além da rejeição da Corte, é necessário construir uma política de Estado sobre a dívida externa porque influi na vida cotidiana", ressaltou.
Em mensagem à nação ontem, Cristina assegurou ontem que pagará aos credores que aceitaram as trocas de dívida, mas não esclareceu como enfrentará o novo cenário criado pela decisão do tribunal americano, o que se espera que faça hoje o ministro da Economia, Axel Kicillof.