Jerusalém, 10 abr (EFE).- O presidente de Israel, Reuven Rivlin, iniciará na próxima semana as consultas com os partidos que obtiveram representação parlamentar para encarregar a um deles a formação de governo, e anunciou nesta quarta-feira que as conversas serão transmitidas ao vivo pela primeira vez em prol da transparência.
Rivlin visitou nesta manhã o Comitê Eleitoral Central que, com um 98% dos votos apurados, ainda está pendente de divulgar os resultados finais das eleições, que estão sendo lideradas pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do direitista Likud, mas que é seguido de perto por Beni Gantz, da coalizão de centro Azul e Branco.
O presidente israelense estabeleceu com o presidente do comitê eleitoral, Hanan Melcer, que "suas reuniões com as diferentes facções serão transmitidas ao vivo", informou uma nota de seu escritório, que justificou tal fato com base em uma maior transparência.
A decisão de Rivlin é consequência de uma polêmica suscitada há uma semana, quando foi divulgada uma conversa de Netanyahu, que faz parte do mesmo partido, na qual é possível ouvi-lo dizer que o presidente "está buscando uma desculpa" para não ter que encarregar a formação do governo a ele e oferecê-la a Gantz.
Após a revelação da gravação, Rivlin afirmou que isso faz parte de "outra tentativa desprezível de desacreditar o presidente do Estado com relação ao exercício de sua autoridade legal" e criticou que os ataques contra sua figura "se repetem irresponsavelmente e são motivados por considerações políticas cínicas".
Os dois têm uma relação tensa e Netanyahu não apoiou Rivlin em sua corrida à presidência.
Após as consultas pertinentes com todas os partidos, o presidente encarregará a formação de um novo governo ao candidato com mais chances de fazê-lo, que terá um prazo de 28 dias, que poderá ser ampliado para outras duas semanas.
Em uma câmara com 120 representantes, Netanyahu teria 35 cadeiras, o mesmo número da coalizão Azul e Branco, mas os especialistas dão ao bloco de direita, que pode ser liderado pelo Likud, um total de 65 cadeiras, frente às 55 que teriam os partidos de centro, de esquerda e árabes.