WHISTLER, British Columbia (Reuters) - O presidente do Banco Central do Japão (BOJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, pediu na quinta-feira um debate "racional" entre os países do G7 para evitar que medidas comerciais protecionistas prejudiquem a economia global.
Países que adotam medias protecionistas verão apenas suas economias sofrerem disrupções nas importações, enquanto outros países provavelmente adotarão contra-medidas, disse ele.
"Não acho que a maré do livre comércio vá mudar. Mas é importante continuar com a discussão, para que as coisas não se intensifiquem", disse Kuroda a repórteres após sua chegada para o encontro de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do Grupo dos 7 países avançados economicamente.
"Só posso dizer que precisamos de discussões racionais."
Temores de uma guerra comercial global estão ofuscando as negociações do G7 na cidade canadense, enquanto aliados de Washington prometeram reagir à decisão dos EUA de impor tarifas sobre aço e alumínio.
Diferentemente de outros aliados norte-americanos, o Japão não recebeu sequer suspensão temporária de tarifas. Mas congressistas em Tóquio permanecem alertas sobre criticar demais, dadas as ligações próximas que o país possui com os Estados Unidos, disseram analistas.
O ministro das Finanças japonês, Taro Aso, que também está em Whistler para o G7, repetiu o pedido de Tóquio por uma exceção permanente, nas conversas com seu contraparte dos EUA, Steven Mnuchin, na véspera, uma fonte sênior do Ministério das Finanças do Japão disse a repórteres.
Aso também pediu que os EUA unam forças para impedir que a China adote medidas comerciais que distorçam o mercado, disse a fonte, um sinal de que Tóquio quer uma frente unida com Washington contra a China, apesar da discordância sobre as tarifas dos EUA.