Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) manteve a política monetária nesta quinta-feira e o presidente do BCE, Mario Draghi, minimizou as preocupações com a recente fraqueza na economia da zona do euro, deixando a porta aberta para encerrar as compras de títulos até o final do ano.
Tendo modificado sua orientação no mês passado para refletir um crescimento sólido, Draghi argumentou que a economia permaneceu forte, embora reconhecesse evidências de um "retrocesso" das leituras de crescimento extraordinário vistas na virada do ano.
"No geral, no entretanto, espera-se que o crescimento permaneça sólido e generalizado", disse ele em uma coletiva de imprensa depois da reunião de autoridades monetárias do BCE.
"A força básica da economia da zona do euro continua a sustentar nossa confiança de que a inflação irá convergir para a nossa meta de inflação de abaixo mas próximo de 2 por cento no médio prazo."
Com a economia do bloco expandindo por 20 trimestres consecutivos e milhões de novos empregos criados, o principal debate entre autoridades monetárias é sobre a rapidez com que se retirará os estímulos e preservará o poder de fogo do BCE para a próxima contração.
Em particular, as autoridades monetárias precisarão definir uma data para encerrar o programa de compras de títulos do BCE, de 2,55 trilhões de euros, que cortou os custos de empréstimos e impulsionou o crescimento, mesmo que não tenha conseguido elevar a inflação à meta.
Com a decisão desta quinta-feira, as compras de títulos continuarão em 30 bilhões de euros por mês pelo menos até o final de setembro, ou além disso se necessário para impulsionar a inflação.
A taxa de depósito, atualmente a principal ferramenta de juros do BCE, permanecerá em -0,40 por cento enquanto a taxa de refinanciamento foi mantida em 0 por cento.
Economistas consultados pela Reuters antes da reunião esperavam que as compras de títulos terminariam este ano após uma pequena redução e que o primeiro aumento dos juros viria no segundo trimestre de 2019. Alguns, no entanto, começaram a sinalizar riscos de um adiamento.
As previsões deles de crescimento para 2018 ficaram inalteradas em 2,3 por cento, mas a maioria dos economistas entrevistados disse que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China também prejudicaria a economia da zona do euro.