Investing.com – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, apresentou alta de 0,21% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção era de uma elevação de 0,20%. No mês anterior, o indicador variou 0,35% e, em outubro de 2022, a taxa foi de 0,16%.
No acumulado em doze meses, o IPCA-15 acumula expansão de 5,05%, próximo dos 5,04% esperados pelo mercado. Na leitura anterior, o indicador havia atingido 5%.
Segundo o IBGE, dos nove grupo avaliados, sete apresentaram variação positiva, a maior delas em transportes, pelo segundo mês seguido. O grupo apresentou alta de 0,78% e também levou ao maior impacto no indicador.
O grupo saúde e cuidados pessoais registrou alta de 0,28%, enquanto habitação teve ganhos de 0,26%. Por outro lado, alimentação e bebidas apresentou uma queda de 0,31%, com diminuição pelo quinto mês consecutivo.
“Avaliamos que qualitativamente a abertura do índice foi benigna, mas isoladamente nos parece precoce para avalizar uma intensificação do ritmo de corte de juros”, aponta Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
O economista André Perfeito concorda que os dados continuam benignos em termos qualitativos, com dispersão das altas abaixo de um desvio padrão da média histórica. “Contudo, apesar de dados benignos, mantenho a perspectiva de Selic terminal em 2024 acima do consenso de mercado. O que pode e deve elevar as projeções dos economistas tem menos a ver com as condições de inflação propriamente e antes com dois fatores, a elevação dos juros longos nos EUA e a dinâmica fiscal local”, pondera.
A média dos núcleos e os serviços subjacentes também tiveram certa melhora em relação às projeções, destaca Paulo Silva, economista e analista do Efí Bank. “Por outro lado, mesmo que o índice de difusão tenha aumentado para 47,14% ainda se encontra em terreno reducionista, ou seja, abaixo de 50%”, detalha.