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Produção industrial no Brasil sobe e interrompe 4 meses de queda, mas tem pior novembro em 3 anos

Publicado 08.01.2019, 10:18
© Reuters. Trabalhadores em linha de produção de fábrica em São Bernardo do Campo

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção da indústria brasileira avançou em novembro e interrompeu quatro meses de queda impulsionada pelos bens intermediários, mas registrou o resultado mais fraco para o mês em três anos.

Em novembro, a produção industrial teve alta de 0,1 por cento em relação a novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Ainda assim, o resultado é o mais fraco para novembro desde 2015, quando houve queda de 2 por cento.

Sobre novembro de 2017, a produção teve queda de 0,9 por cento, leitura mais baixa para o mês desde o recuo de 1,2 por cento registrado em 2016.

"O ano vai fechar positivo, mas com uma taxa menor do que se esperava. Será o segundo ano seguido de alta, mas não se repõe a perda acumulada de 16,7 por cento nos anos de 2014, 2015 e 2016", avaliou o gerente da pesquisa, André Macedo.

"Isso tem a ver com a greve dos caminhoneiros, dificuldades no mercado de trabalho, crise na Argentina, instabilidade causada pelo período eleitoral", completou.

De acordo com o IBGE, entre as categorias pesquisadas, somente Bens Intermediárias teve avanço na produção no mês, de 0,7 por cento, após três meses de perdas.

Por outro lado, a fabricação de Bens de Capital, uma medida de investimento, recuou 2,7 por cento, enquanto Bens de Consumo teve perdas de 0,4 por cento.

Entre as atividades, a principal influência positiva partiu dos produtos alimentícios, com avanço de 5,9 por cento, interrompendo quatro meses consecutivos de queda. Também se destacaram as altas de 7,1 por cento de produtos farmoquímicos e farmacêuticos e de 0,5 por cento de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.

Já entre as quedas, destacou-se a de 4,2 por cento entre veículos automotores, reboques e carrocerias, eliminando o ganho de 2,8 por cento de outubro.

A confiança da indústria brasileira terminou o ano registrando sua segunda alta consecutiva em dezembro, com melhora da percepção sobre a demanda interna, embora ainda sinalize um ritmo moderado de atividade do setor na virada para o próximo ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A pesquisa Focus do Banco Central mais recente mostra que a expectativa dos economistas é de que a indústria tenha terminado 2018 com crescimento de 1,91 por cento, e acelere para 3,04 por cento em 2019.[nL1N1Z7084]

Veja abaixo os resultados da produção industrial(%):

Categorias de Uso Mensal Anual Acumulado em

12 meses

.Bens de Capital -2,7 +3,5 +8,3

.Bens Intermediários +0,7 -1,4 +0,9

.Bens de Consumo -0,4 -0,9 +2,1

© Reuters. Trabalhadores em linha de produção de fábrica em São Bernardo do Campo

..Duráveis -3,4 -3,4 +10,3

..Semiduráveis e Não Duráveis 0,0 -0,3 +0,1

.Indústria Geral +0,1 -0,9 +1,8

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