Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção da indústria brasileira recuou 0,8 por cento em março sobre o mês anterior, com deterioração das condições do setor pelo segundo mês seguido e encerrando o primeiro trimestre com queda acumulada no ano de 5,9 por cento, demonstrando a fraqueza da indústria que deve permanecer ao longo deste ano.
Na comparação com março de 2014, a produção teve queda de 3,5 por cento, 13ª leitura negativa nesse tipo de comparação, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Os resultados de março foram piores que as expectativas em pesquisa da Reuters, de queda de 0,7 por cento na base mensal e de recuo de 3,0 por cento na comparação anual.
E em mais um sintoma da situação claudicante do setor no início do ano, o IBGE ainda revisou a produção de fevereiro sobre janeiro para uma queda de 1,3 por cento, ante recuo de 0,9 por cento divulgada anteriormente.
A produção teve perfil negativo generalizado na comparação com o mês anterior. A categoria com desempenho mais fraco foi a de Bens de Capital, uma medida de investimento, cuja produção recuou 4,4 por cento sobre fevereiro, chegando a uma queda de 12,4 por cento na comparação anual.
Dos 24 ramos pesquisados, 14 tiveram queda de produção em março sobre o mês anterior, sendo a principal influência negativa veículos automotores, reboques e carrocerias. Esse ramo recuou 4,2 por cento, sexto mês seguido de queda, acumulando nesse período perda de 19,4 por cento.
(Reportagem adicional de Pedro Fonseca no Rio de Janeiro)