SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa para a política monetária brasileira ao fim de 2016 foi mantida mas o cenário de especialistas para a inflação neste ano e no próximo voltou a se deteriorar após o Banco Central piorar sua previsão para a alta dos preços e elevar o tom sobre sua vigilância.
A pesquisa semanal Focus do Banco Central mostrou nesta terça-feira que a projeção para a taxa básica de juros no fim de 2016 permanece em 13 por cento e, para o fim de deste ano, continua no atual patamar de 14,25 por cento.
O BC piorou na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sua previsão para a inflação neste ano e no próximo e afirmou que permanecerá vigilante "independentemente do contorno das demais políticas", imprimindo algum viés de alta para eventualmente elevar os juros básicos mais à frente.
Nesse sentido, o levantamento com uma centena de especialistas mostrou piora no cenário para a inflação, com expectativa agora de alta de 6,29 por cento do IPCA ao fim de 2016, 0,07 ponto percentual a mais do que na semana anterior. A meta para o próximo ano é de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A alta dos preços administrados no ano que vem agora é projetada em 6,75 por cento, ante 6,60 por cento anteriormente.
Em relação a 2015, a piora na expectativa de alta do IPCA foi de 0,06 ponto percentual, a 9,91 por cento, na sétima semana seguida de alta. Nesse período, o avanço dos administrados deve chegar a 16,5 por cento, contra 16,11 por cento anteriormente.
As projeções para a economia também continuaram se deteriorando, com o cenário de recessão se fortalecendo diante das turbulências políticas, piora da situação fiscal e confiança fortemente abalada.
O Focus mostrou que a projeção para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou a 3,05 por cento, contra recuo de 3,02 por cento na semana anterior.
Sobre 2016, a pesquisa apontou retração de 1,51 por cento, contra queda de 1,43 por cento previamente. As estimativas para a produção industrial no ano que vem também pioraram, com contração projetada agora de 2 por cento, contra recuo de 1,5 por cento antes.
(Por Camila Moreira)