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Projeções para alta do PIB em 2024 encostam em 3% e alimentam expectativa de alta dos juros

Publicado 03.09.2024, 13:30
Atualizado 03.09.2024, 13:35
© Reuters. Moedas de 1 realn15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos
XPBR31
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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A surpresa com o forte desempenho da economia brasileira no segundo trimestre do ano levou economistas e governo a revisar suas projeções de crescimento do ano para próximo de 3%, aquecendo a discussão sobre os riscos inflacionários e a perspectiva de alta de juros, duas semanas antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

"(A inflação é) o ponto central em termos de consequências", disse Rodolfo Margato, economista da XP (BVMF:XPBR31), sobre o crescimento do Produto Interno Bruto. "A força da atividade foi o que respaldou a nossa revisão de cenário, considerando um ciclo de aperto monetário a partir de setembro."

A XP prevê altas na taxa básica de juros nas próximas quatro reuniões do Copom, com o ciclo de aperto terminando em janeiro de 2025 com a Selic a 12,0%.

O Banco Central volta a se reunir para debater a política monetária em 17 e 18 de setembro. Com a Selic atualmente em 10,5%, a autoridade monetária já terá em mãos, além dos números do PIB, os dados do IPCA de agosto para respaldar sua decisão.

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"Os juros no Brasil estão altos, mas não tão altos, porque o PIB está crescendo", disse Rafaela Vitória, economista chefe do Inter, que tem viés de alta para sua perspectiva de manutenção da Selic.

"Temos (política) fiscal expansionista e monetária contracionista. O fiscal está ganhando a batalha, mas é perigoso, precisa haver harmonia porque a taxa de crescimento não se sustenta nesse patamar com taxa de juros real de 6%, que impacta os investimentos."

Na renda fixa, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinaneiros) de curto prazo operavam no território positivo neste início de tarde, na esteira dos dados do PIB. A percepção de que a economia aquecida pode pressionar a inflação dava força à taxa do DI para janeiro de 2026, um dos mais líquidos: às 13h18 ela estava em 11,97%, em alta de 9 pontos-base ante o ajuste de 11,882% da véspera.

A curva, porém, seguia indicando chances maiores de a taxa básica Selic subir 25 pontos-base este mês, e não 50 pontos-base. Também às 13h18, a curva precificava 64% de probabilidade de alta de 25 pontos, contra 36% de chances de elevação de 50 pontos-base.

A própria equipe econômica levantou incertezas sobre a política de juros e um possível risco inflacionário com o crescimento mais forte logo após a divulgação nesta terça-feira de dados do IBGE mostrando que o PIB expandiu 1,4% no segundo trimestre, depois de crescer 1,0% no primeiro, em dado revisado para cima. A expectativa de analistas era de alta de 0,9% no segundo trimestre.

"Temos que olhar muito para o investimento porque ele que vai garantir crescimento com baixa inflação, se nós não aumentarmos a nossa capacidade instalada, vai chegar um momento que vamos ter dificuldade de crescer sem inflação", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a divulgação dos dados.

O resultado melhor do que o esperado aumentou a perspectiva de que o PIB crescerá perto ou até acima de 3% este ano. Tanto o Inter quanto a XP e o C6 Bank já apontaram revisões em suas estimativas.

O Citi também passou a prever um crescimento de 3% e espera alta da Selic este mês. "No geral, o PIB do segundo trimestre reforçou a visão de um descompasso entre a expansão da demanda e da oferta", afirmou em nota.

Já Haddad previu que a nova projeção de sua pasta para a alta do PIB, a ser divulgada em setembro, deve superar "2,7% ou 2,8%", contra 2,5% atualmente, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que o dado pode ficar próximo a 3%.

As consequentes pressões inflacionárias da atividade forte devem seguir como ponto focal no segundo semestre, ainda que o ritmo de expansão perca força.

© Reuters. Moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

As estimativas de expansão do PIB no terceiro e quarto trimestres estão em torno de 0,5%, muito porque o impulso do consumo na primeira metade do ano foi alimentado por benefícios fiscais e pagamento de precatórios, que não devem se repetir.

"(O PIB) deve desacelerar para patamar de crescimento mais próximo de 0,5% ou até menor, não só porque não vai ter estímulo fiscal como pode ter gasto menor", disse Vitória, do Inter.

(Reportagem adicional de Bernardo Caram em Brasília e Fabrício de Castro, em São Paulo)

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