SÃO PAULO (Reuters) - O Rabobank elevou suas projeções para a inflação ao consumidor brasileiro nesta segunda-feira e, enxergando expectativas ainda desancoradas, espera que o Banco Central seja mais agressivo do que o estimado anteriormente em seu atual ciclo de aperto monetário.
O banco privado espera agora que o IPCA encerre este ano com alta de 5,1%, ante previsão anterior de 4,9%, afirmando em relatório semanal que essa conta incorpora "um caminho de preços mais altos para energia e commodities agrícolas".
Desta forma, "na esteira de uma inflação presente mais forte e expectativas indomáveis", o BC deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual em março e em 0,50 ponto em maio, levando o juro básico a 12,25% ao ano.
A autarquia deverá manter os juros inalterados até o terceiro trimestre, antes de cortar a Selic a 11,25% até o fim do ano. Anteriormente, o Rabobank esperava que a taxa básica encerraria 2022 em 10,75%, patamar em que se encontra atualmente.
O credor privado afirmou que a percepção de que o Banco Central do Brasil está à frente da curva em relação a outros BCs na normalização da política monetária tem atraído fluxos de capital para o país. Nesse contexto, o Rabobank reduziu sua projeção para o nível do dólar ao fim deste ano a 5,56 reais, contra estimativa anterior de 5,65 reais.
(Por Luana Maria Benedito)