LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha aumentou sua previsão de necessidade de financiamento nesta quarta-feira, com a economia desacelarando na sequência da votação do Brexit, disse o ministro das Finanças, Philip Hammond, no primeiro plano orçamentário do país desde que os eleitores decidiram deixar a União Europeia.
O cenário de crescimento mais fraco e de finanças públicas mais apertadas delineado por Hammond deixa o governo da primeira-ministra, Theresa May, com pouco espaço para acelerar os gastos públicos ou fazer grandes cortes nos impostos para ajudar a quinta maior economia do mundo no processo de divórcio da UE.
A Grã-Bretanha terá que tomar emprestado 122 bilhões de libras a mais nos próximos cinco anos do que o esperado antes que os eleitores decidiram deixar a UE em junho, disse Hammond.
A dívida líquida do setor público deverá atingir um pico de 90,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017/18, disse ele, ante projeção de 81,3 por cento em março.
"A nossa tarefa agora é preparar a nossa economia para ser resiliente, à medida que saímos da UE e precisamos nos adequar para a transição que se seguirá", disse Hammond no parlamento, animando os legisladores de seu Partido Conservador.
Hammond disse que, embora o Brexit mude o curso da história da Grã-Bretanha, "também torna mais urgente do que nunca a necessidade de combater as fraquezas de longo prazo da nossa economia, como a lacuna na produtividade."
O Escritório para a Responsabilidade Orçamentária, que faz prognósticos independentes para o orçamento do Reino Unido, prevê que o Produto Interno Bruto vai crescer 1,4 por cento em 2017, abaixo dos 2,2 por cento previstos em março, antes dos eleitores votaram pela saída da UE.
Hammond também disse ao parlamento que o Escritório prevê um crescimento de 1,7 por cento em 2018, ante a previsão de março de 2,1 por cento.
"Manteremos nosso compromisso com a disciplina fiscal, reconhecendo a necessidade de investimento para impulsionar a produtividade e margem de manobra fiscal para apoiar a economia na transição."
As previsões de crescimento em 2019 e 2020 permaneceram inalteradas ante as de março, em 2,1 por cento para ambos os anos.
(Por William Schomberg)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7509)) REUTERS TF RBS