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Repercussão: O que dizem os analistas após a decisão de alta de juros pelo Fed

Publicado 01.02.2023, 17:11
Atualizado 01.02.2023, 17:16
© Reuters
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Por Leandro Manzoni

Investing.com - O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidiu nesta quarta-feira (1) pelo aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros dos EUA. Agora, o intervalo da taxa dos fed funds subiu de 4,25%-4,5% para 4,5%-4,75%. A decisão foi unânime.

Economistas consultados pelo Investing.com avaliam que o tom do comunicado foi mais duro do que o esperado, o que dissipa a proximidade do pivô da taxa de juros, ou seja, reversão para um ciclo de baixa nas taxas. A avaliação ocorreu antes da coletiva de imprensa do chairman do Fed, Jerome Powell.

LEIA MAIS: Fed confirma expectativa e eleva taxa de juros em 0,25 ponto percentual

Confira abaixo a análise dos economistas:

Francisco Nobre, economista da XP Global Macro Strategy

“O comunicado não sugere nenhuma intenção do Fed de interromper em breve o ciclo de aperto. A declaração também sugeriu que os aumentos futuros serão de 25 bps (não mais aumentos de 50).

As autoridades do Fed têm mantido um tom irracionalmente agressivo ultimamente, após a inflação permanecer significativamente acima da meta de 2% (a inflação principal e o núcleo estão em 6,5% e 5,7%, respectivamente) e sua avaliação de que os riscos ainda estão inclinados para cima.

As autoridades parecem estar ignorando as impressões recentes da inflação ao consumidor, que sugerem melhorias significativas nas pressões inflacionárias. Em uma base de retorno anualizada com ajuste sazonal de três meses, a inflação plena e o núcleo da inflação caíram para 1,83% em dezembro, enquanto o núcleo da inflação caiu para 3,14%, sugerindo que a dinâmica inflacionária mais recente está atualmente muito mais próxima da meta de 2%. Se essa dinâmica continuar (ou seja, se nada mudar), o processo de desinflação será significativo nos próximos meses, e a inflação se aproximará da meta em meados de 2023.

A boa notícia é que os mercados não parecem estar comprando a última sinalização hawkish, e os mercados estão precificando que o Fed aumentará uma última vez em 25 bps na reunião de março (84% de chance). “

Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset

"Esse não foi o último aumento de juros do Fed, que deixa em aberto que vão continuar subindo. Porém, sem decidir quantas altas adicionais vão realizar, que serão discutidas futuramente.

Vale lembrar que na reunião de dezembro o Fed tinha divulgado o ponto médio de projeção 5,25%, ou seja, mais 2 altas de 25 pontos-base. E tinha projetado um núcleo de inflação de 3,1% este ano.

O colegiado assume que a inflação está melhor, mencionando, entretanto, que ela continua bastante alta."

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos

“Elevação de 25 p.p já era esperada. O tom do comunicado do Fed veio mais hawkish, destacando a responsabilidade e compromisso grande de trazer a inflação nos EUA para a meta de 2% e que novas altas vão ser necessárias.

Apesar de a inflação ter arrefecido, ainda não está totalmente controlada, mostrando que o Fed ainda precisa trabalhar para controlar a inflação. E, com isso, no momento da divulgação, houve uma piora nas quedas de Dow Jones e S&P 500, mas não impactou o Ibovespa, que já caía antes da decisão.

Não vejo o Fed reduzindo os juros tão cedo.”

Carlos Vaz, CEO da Conti Capital

"O Fed está cada vez mais próximo da sua meta de redução da inflação e colecionando evidências que justificam esse entendimento, uma vez que a política monetária proposta está impactando a economia dentro de um quadro desejado. Ainda é incerto, mas estamos mais próximos da sonhada etapa de “pouso econômico suave”, embora ainda não seja seguro descartar o risco de uma recessão.

Analisando todos os índices econômicos divulgados nos últimos meses, estou confiante e otimista de que a fase mais dura da crise nos EUA, com pico inflacionário, já ficou para trás."

 

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