Por William Schomberg
LONDRES (Reuters) - O risco de uma nova recessão na zona do euro e a cautela do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, estão pesando sobre as expectativas em relação ao momento da primeira elevação dos custos de empréstimo na Grã-Bretanha, potencialmente adiando a alta dos juros.
O banco central britânico, como esperado, manteve a principal taxa de juros na mínima recorde de 0,5 por cento nesta quinta-feira, nível em que está desde o auge da crise financeira, cinco anos e meio atrás.
A economia britânica tem passado por uma recuperação muito mais forte que o esperado desde meados de 2013. No entanto, a combinação de fraco crescimento dos salários e inflação abaixo da meta de 2 por cento do BC britânico vem permitindo que o banco central mantenha as taxas inalteradas.
Até agora apenas dois dos nove membros do Comitê de Política Monetária votaram a favor da elevação dos juros, mas as expectativas estão altas para um aumento dos juros já em fevereiro do ano que vem.
Agora, autoridades britânicas olham com nervosismo a zona do euro, e em particular a Alemanha, que nesta semana divulgou uma série de dados econômicos bem mais fracos que o esperado.
Aumentando a sensação de que elevações de juros podem vir mais tarde do que se esperava recentemente, o Fed soou preocupado com o impacto da desaceleração na Europa e também na Ásia.
Investidores mostraram mais cedo nesta quinta-feira que estavam menos convencidos de que o banco central britânico elevará as taxas de juros no começo de 2015.
"Estamos pendendo mais e mais em direção a junho, e talvez acontecerá até depois disso", disse o estrategista da ADM Investor Services International Marc Ostwald, após ser questionado sobre quando o BC britânico deve iniciar suas muito aguardadas elevações de juros.
O BC britânico não divulgou comunicado junto ao seu anúncio mensal de política monetária, que incluiu um compromisso de manter em 375 bilhões de libras (607,5 bilhões de dólares) o estoque de ativos que adquiriu sob seu programa de compra de títulos públicos.
A ata da reunião do Comitê de Política Monetária deve ser publicadas em pouco menos de duas semanas. A ata da reunião do mês passado sugeriu uma crescente preocupação sobre a situação na Europa.