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Citibank não terá que revelar ao fundo NML suas comunicações com a Argentina

Publicado 10.09.2014, 20:35
Atualizado 10.09.2014, 21:01
Citibank não terá que revelar ao fundo NML suas comunicações com a Argentina

Nova York, 10 set (EFE).- O Citibank não terá que entregar ao fundo NML Capital, que pertence ao magnata Paul Singer, as comunicações que mantém com a Argentina sobre o pagamento da dívida reestruturada sujeito às leis argentinas, conforme decidiu nesta quarta-feira o juiz de Nova York Thomas Griesa.

Griesa, que é responsável pelo caso dos fundos especulativos que não aceitaram as reestruturações da dívida argentina e exigem que o país sul-americano pague o total de US$ 1,3 bilhão, acrescidos de juros, rejeitou o pedido do fundo NML Capital para obter informações sobre as "ameaças" feitas pela Argentina ao banco para que este efetue o próximo pagamento, programado para 30 de setembro.

Um dos advogados do fundo de Paul Singer disse hoje durante a audiência que a Argentina está pressionando "terceiras partes" para que façam esses pagamentos, o que, lembrou, violaria as ordens prévias do tribunal.

O magistrado tinha autorizado um "pagamento único" de bônus da dívida sujeito às leis argentinas que venciam no dia 31 de julho, enquanto o banco recorreu à Corte de Apelações alegando que o bloqueio do próximo pagamento colocaria em risco suas operações na Argentina.

"Não nego que possam haver advertências e informações que indiquem que a Argentina está se movimentando para obrigar o banco. Mas, neste ponto, este tribunal não se pronunciará enquanto o caso ainda estiver na Corte de Apelações", destacou hoje o juiz.

Por sua vez, a advogada do Citibank, Karen Wager, explicou que a única comunicação que manteve com a Argentina foi uma carta enviada pelo secretário de Finanças, Pablo López, com o pedido para desbloquear os pagamentos aos fundos reestruturados.

"Não estamos aqui para pressionar o Citibank", afirmou o representante do fundo NML, que insistiu que é necessário saber, "com antecedência", os movimentos que estão sendo feitos pela Argentina para obrigar o banco "e outras partes" a violar as decisões do juiz.

No entanto, o magistrado, cuja decisão favorável aos fundos litigantes foi ratificada pela Suprema Corte, reiterou que não tomará nenhuma decisão nesse sentido enquanto o tema estiver sendo discutido na Corte de Apelações, que deve se pronunciar a respeito no final da próxima semana.

"O que me preocupa é que se autorizo o pedido do fundo NML, posso interferir nas negociações entre a Argentina e o banco", afirmou Griesa, quem teme que uma decisão como essa dificulte o processo de negociação ao invés de facilitá-lo.

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