MOSCOU (Reuters) - A Rússia planeja estabelecer sua cota de exportação de trigo em 8 milhões de toneladas, disse o Ministério da Economia do país nesta sexta-feira, marcando uma redução de 1 milhão de toneladas em relação ao nível planejado anteriormente.
Os suprimentos da Rússia, o maior exportador de trigo do mundo, estão diminuindo nesta temporada de comercialização, com Moscou preocupada em garantir o abastecimento doméstico e conter o crescimento dos preços internos, uma vez que enfrenta uma inflação em máxima de quase seis anos.
A cota para o período de 15 de fevereiro a 30 de junho de 2022 está planejada em 11 milhões de toneladas de grãos, incluindo 8 milhões de toneladas de trigo, disse o ministério no comunicado, confirmando detalhes contidos em um relatório baseado em fonte da Reuters na quarta-feira.
A previsão inicial era de 14 milhões de toneladas, incluindo 9 milhões de toneladas de trigo.
Para o mesmo período de 2021, a cota de grãos foi de 17,5 milhões de toneladas. Não havia limite separado para o tamanho das exportações de trigo neste ano.
O tamanho da cota do cereal é menor do que o esperado anteriormente, mas ainda está próximo do superávit exportável do país para o período, disse um trader de grãos da Rússia à Reuters.
As exportações de trigo da Rússia caíram 37,5% desde o início do ano comercial de 2021/22, em 1º de julho, devido a uma safra menor e ao imposto de exportação que aumentará para 94 dólares a tonelada a partir de 22 de dezembro.
A Rússia pode mudar a fórmula que usa para calcular esse imposto caso os preços globais subam para 400 dólares por tonelada, disse o Ministério da Agricultura em novembro.
O trigo russo com 12,5% de proteína nos portos do Mar Negro estava cotado em 334 dólares a tonelada na semana passada.
O Ministério da Economia repetiu nesta sexta-feira que o mecanismo para o imposto de exportação de grãos baseado em fórmulas da Rússia seria ajustado para proteger ainda mais o mercado doméstico em caso de forte crescimento dos preços globais, mas não forneceu mais detalhes.
(Por Darya Korsunskaya)