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Saída da crise não será sincronizada, afirma Tombini

Publicado 22.05.2014, 14:23

São Paulo, 22 mai (EFE).- O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira que o "processo de saída" da crise econômica nas nações desenvolvidas iniciado em 2008 "não será sincronizado".

"O processo de saída da crise não será sincronizado e, apesar dos muitos sinais, o crescimento que se espera será moderado, inferior ao período anterior à crise iniciada em 2008", disse Tombini.

Em discurso durante a inauguração da sede da agência financeira "Bloomberg" em São Paulo, Tombini declarou que a economia brasileira tem "fundamentos sólidos" e "instrumentos adequados", como a política monetária, para enfrentar o que chamou de "período de transição", com US$ 380 bilhões de reservas.

O presidente do BC comentou que, desde o início da recuperação da economia americana, as economias emergentes foram afetadas com a desvalorização de suas moedas e o aumento expressivo das gratificações de risco.

E, nesse sentido, lançou uma crítica aos analistas do mercado financeiro frente a previsões negativas para as economias emergentes: "Os mercados não estavam levando em conta que muitos emergentes apresentam hoje fundamentos econômicos mais consistentes que no passado".

Tombini explicou que atualmente a economia mundial está em um "processo de transição" com sinais claros que "pouco a pouco a crise iniciada em 2008 está ficando para trás".

O presidente do BC citou como a diferença de ritmo dessa recuperação em nível global os casos dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, Japão e, por último, a União Europeia.

"Temos os EUA e o Reino Unido com perspectivas mais sólidas de recuperação econômica e à frente do processo de normalização das condições monetárias. Por outro, temos o Japão mantendo um ritmo de crescimento alimentado por um agressivo de expansão monetária; e a zona do euro deve voltar a crescer em 2014, ainda que de forma bastante tímida", comentou.

No entanto, acrescentou que "diante do risco de deflação, permanece a expectativa de que o Banco Central Europeu adote novas medidas de estímulos em curto prazo".

Sobre o Brasil e os mercados emergentes, Tombini afirmou que o "realinhamento" iniciado há um ano com a política do Federal Reserve (Fed, banco central americano) "gerou volatilidade", o que não é mesmo o que "vulnerabilidade", esclareceu.

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