Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços do Brasil terminou o terceiro trimestre com ganhos pela primeira vez em 2019, após registrar o melhor desempenho para setembro em cinco anos, sob a influência de transportes e serviços profissionais.
Em setembro, o volume de serviços no país aumentou 1,2% na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Foi o resultado mais alto desde o ganho de 1,9% em agosto do ano passado e a leitura mais forte para o mês de setembro desde 2014 (+1,7%).
Em relação a setembro de 2018, houve alta de 1,4%. Com isso, o setor terminou o terceiro trimestre com avanço de 0,8% sobre os três meses anteriores, após quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente, no segundo e primeiro trimestres.
Ainda marcou o melhor resultado trimestral desde o terceiro trimestre de 2018, quando também houve alta de 0,8%. Assim, no acumulado do ano, o setor sai do patamar negativo e passa a mostrar ganho de 0,6%.
"Apesar de ser o melhor resultado em muito tempo, não dá para chamar de novo paradigma, uma recuperação ou uma reação do setor. É um primeiro sinal positivo e não configura uma mudança de chave", alertou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Os resultados ficaram bem acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,7% na comparação mensal e de 0,6% na base anual.
Segundo o IBGE, entre as cinco atividades pesquisadas, quatro tiveram alta. Os destaques foram os avanços de 1,6% dos setores de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e de 1,8% de serviços profissionais, administrativos e complementares.
"No primeiro vimos destaque para transporte de cargas e passageiros, e no segundo houve contratação de aluguel de máquinas e equipamentos e crescimento de serviços de engenharia", explicou Lobo sobre as atividades.
Também registraram ganhos os setores de serviços prestados às famílias (0,8%) e de outros serviços (0,5%). A única contração foi vista em serviços de informação e comunicação, de 1,0%.
O cenário econômico no país é de desemprego ainda elevado e criação de vagas concentrada na informalidade, porém com inflação e juros baixos. A taxa de desemprego fechou o terceiro trimestre em 11,8%, porém com um cenário marcado por novo recorde da informalidade.