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Setor de serviços do Brasil tem contração em maio pela 1ª vez no ano, mostra PMI

Publicado 05.06.2018, 10:55
© Reuters. Garçom trabalha em restaurante em Porto Alegre

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A demanda fraca, a inadimplência e condições difíceis de mercado levaram a atividade de serviços do Brasil a contrair em maio pela primeira vez neste ano, afetando o setor privado como um todo no segundo trimestre, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta terça-feira.

O PMI de serviços do Brasil apurado pelo IHS Markit recuou a 49,5 em maio, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e na qual havia ficado em abril.

Esse declínio, somado à desaceleração do crescimento da indústria, levou a uma contração da produção do setor privado, como mostrado pela queda do PMI Composto em maio a 49,7, de 50,6 em abril.

"A demanda fraca e as pressões inflacionárias fortes inverteram a economia brasileira na metade do segundo trimestre", destacou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima, alertando que a greve dos caminhoneiros encerrada na semana passada pode ter ainda travado a atividade.

"Com a greve dos caminhoneiros impactando a oferta de combustível além de alimentos, transporte, saúde e escolas, não devemos ver uma recuperação nas condições econômicas no futuro próximo", completou.

No trimestre passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4 por cento sobre o período anterior, mas o movimento deve ter sido abalado nos meses seguidos pela greve dos caminhoneiros.

Assim, as contas sobre o comportamento a economia deste ano estão sendo reduzidas para em torno de 2 por cento, sobre cerca de 3 por cento esperados até pouco tempo atrás, e há quem fique ainda mais abaixo.

De acordo com o IHS Markit, o volume de produção diminuiu em três dos cinco subsetores de serviços monitorados, com o crescimento dos novos pedidos registrando o nível mais fraco desde janeiro devido às incertezas de mercado.

Entretanto, a demanda frágil e as contínuas tentativas de redução de custos provocaram novo corte de empregos no setor de serviços, nas categorias de Transportes e Armazenamento, Serviços ao Consumidor e Serviços Imobiliários e Empresariais.

© Reuters. Garçom trabalha em restaurante em Porto Alegre

Os empresários citaram custos mais altos em maio de combustíveis e com isso a inflação de insumos atingiu o nível mais forte desde fevereiro. Ainda assim, as empresas ofereceram descontos dado o ambiente competitivo, com os preços de venda diminuindo pela primeira vez desde outubro de 2017, ainda que marginalmente.

Diante desse cenário, o nível de otimismo entre os empresários de serviços chegou ao nível mais baixo em 26 meses. As preocupações com a depreciação do real e os problemas internos superam os planos de reestruturação, tentativas de marketing e projetos em fase de preparação, de acordo com a pesquisa.

"O setor (de serviços) falhou em ganhar tração desde a sólida melhora vista em fevereiro, com o índice que mede a atividade sinalizando perda de força em cada mês desde então", completou Pollyanna.

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