Por Elizabeth Piper e Kate Holton
LONDRES (Reuters) - O governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, trabalhava neste domingo para conseguir apoio no Parlamento a seu acordo do Brexit, numa terceira tentativa de aprovação, enquanto distribui ameaças e promessas aos indecisos e tenta evitar qualquer medida para derrubá-la.
Ainda que o Parlamento tenha aprovado um adiamento do Brexit, May tem apenas três dias para conseguir o apoio necessário a seu acordo para deixar a União Europeia, se quiser levar algo a oferecer em troca de mais tempo na próxima reunião que terá com líderes do bloco, marcada para quinta-feira.
Para agravar a pressão sobre a premiê, Jeremy Corbyn, o líder do principal partido de oposição, o Trabalhista, disse que poderia apresentar mais uma moção de desconfiança contra o governo de May, caso ela fracasse mais uma vez em aprovar seu acordo no parlamento.
Quase três anos após o Reino Unido aprovar em referendo a saída da UE, ainda não está claro ao país como e quando isso irá ocorrer, com vários cenários à frente, que vão desde uma saída sem acordo a uma reversão total do Brexit.
O alerta de May, de que mais uma rejeição de seu acordo pode fazer com que os britânicos tenham que participar nas eleições europeias, em maio, pareceu angariar alguns votos.
Mas o ministro das Finanças, Philip Hammond, disse que ainda não há apoio suficiente.
“O que tem acontecido... é que uma parte significativa de colegas... tem mudado de opinião sobre isso e decidiram que as alternativas são tão intragáveis para eles, que ao refletir consideram o acordo da primeira-ministra a melhor maneira de efetivar o Brexit”, disse ele no programa de Andrew Marr na BBC.
Indagado se o governo tem os votos suficientes, ele respondeu: “Ainda não, é um trabalho contínuo.”
No próprio partido Conservador de May, muitos apoiadores do Brexit dizem que a concordância do Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), um dos suportes do governo da premiê, é um ponto central para que também votem a favor.
May precisa que 75 parlamentares mudem de lado, após perder por 230 votos em janeiro e depois por 149 em 12 março.
A vinda dos 10 parlamentares do DUP pode converter uma grande parte dos Conservadores pró-Brexit, creem vários parlamentares, mas mesmo assim ela ainda precisaria captar alguns parlamentares do partido Trabalhista.