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Superquarta: Decisões de política monetária no Brasil e nos EUA em foco

Publicado 19.03.2024, 16:45
© Reuters

Investing.com – A superquarta será de divulgação de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, com expectativa de manutenção nas fed funds e corte de meio ponto percentual na Selic. Investidores estarão atentos às projeções econômicas (dot-plots) do Federal Open Market Committee (Fomc) e na coletiva de imprensa de Jerome Powell após a decisão do Federal Reserve, e devem ler com atenção o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro e o forward guidance, com indicativos de como o colegiado pode se comportar sobre o ritmo de cortes no futuro.

CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com

Se as duas decisões ocorrerem conforme esperado, “em tese, isso é positivo para o dólar”, segundo falou ao Investing.com Brasil Luan Aral, especialista em dólar da Genial Investimentos. “O carry trade que veio para o Brasil buscando diferencial de juros fica menos atraente”. Existe um cenário diferente, dependendo da agressividade das palavras do Banco Central, pois uma sinalização de aceleração no ritmo de cortes pode ser atraente para a bolsa de valores brasileira, o que naturalmente atrairia recursos para o mercado local.

Juros nos EUA

Um corte nos juros nesta decisão está praticamente descartado pelo mercado, que avalia ser possível iniciar uma flexibilização somente em junho ou julho. Analistas esperam que os juros americanos sejam mantidos na faixa entre 5,25% a 5,50%, com probabilidade de 100% segundo o Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve, do Investing.com.

As atenções estarão voltadas às projeções econômicas. Segundo aponta em relatório, o ING lembra que, em dezembro, as projeções indicavam três cortes de 25 pontos-base nas taxas de juros neste ano, com mais cortes de 100 pontos-base projetados para o próximo. “Esperamos um conjunto semelhante de projeções na reunião do FOMC de 20 de março com mensagens indicando que o Fed está inclinado a cortar as taxas ainda este ano, mas eles precisam ver mais evidências para justificar essa ação”.

Victor Arduin, analista de Macroeconomia e Energia da hEDGEpoint, afirma em nota que, se no final do ano passado o mercado apresentava uma visão mais dovish em relação às taxas de juros, a pressão inflacionária verificada nos últimos indicadores elevou a incerteza. “No entanto, dados recentes apoiam a ideia de um soft landing na economia americana, onde a aproximação dos preços ao objetivo de 2% será alcançada sem conduzir a economia a uma recessão”.

LEIA MAIS: Mercado estará atento a projeções econômicas diante de pressão inflacionária

Juros no Brasil

O cenário brasileiro previsto pelo consenso indica uma queda na Selic de 11,25% para 10,75% ao ano, com foco nos indicativos dos próximos passos da autoridade monetária. “No caso do Banco Central do Brasil, a curiosidade do mercado está em torno do entendimento que a autoridade monetária tem em torno da expectativa de redução futura da taxa de juros – se continuará nas próximas reuniões e em qual magnitude se dará isso”, destaca Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, em nota ao mercado.

“Ao contrário de grande parte do mercado, sempre acreditamos que o ciclo de redução da Selic deveria se encaminhar para uma manutenção com os juros próximos de 10%, no limite em 9,75%, uma vez que as ressalvas da autoridade monetária realizada na última ata ainda são válidas”, completa Simioni.

José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, espera a retirada do forward guidance de mais quedas da mesma magnitude nas próximas reuniões. “Com a Selic reduzida para 10,75% agora e, de novo, para 10,25% em maio, como combinado, o ritmo de redução da taxa básica deve ser reduzido para que a última milha seja percorrida a contento”, conclui em relatório.

VEJA TAMBÉM: Uma letra pode mudar, ou não, expectativas sobre juros na próxima decisão do Copom

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