Investing.com – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne a partir da próxima terça-feira, 19, para definir o patamar da taxa de juros da economia brasileira, a Selic. O anúncio será divulgado na quarta, 20, e a expectativa do mercado é de que o colegiado siga a trajetória de cortes de meio ponto percentual, com Selic saindo de 11,25% para 10,75%. Como a comunicação do BC já indicava esse corte, as atenções estarão voltadas às perspectivas futuras citadas no comunicado: se o texto vai indicar que pretende seguir com o ritmo “nas próximas reuniões”, ou “na próxima reunião”, abrindo a porta para eventuais alterações no curso.
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O Itaú BBA acredita que a prescrição futura será mantida, pelo menos neste momento. Assim, o banco espera um corte de meio ponto percentual na Selic, e que a comunicação indique que os membros do colegiado anteveem reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.
O banco espera esse cenário considerando “seu papel em evitar um aumento de volatilidade com relação às expectativas para as próximas decisões, a distância ainda existente para o fim do ciclo de cortes; o fato de que o Copom vem ressaltando, e deve reforçar, que essa comunicação já embute a condicionalidade apropriada em um ambiente incerto, especificando este que este será o curso de ação caso se confirme o cenário esperado”.
O Bank of America (NYSE:BAC) concorda com o consenso e com o forward guidance esperado pelo BBA. “O comitê deverá manter o plural (“próximas reuniões”), ao mesmo tempo em que destaca a resiliência da atividade e as preocupações com a inflação para justificar a manutenção do ritmo”, considera o BofA.
Alexandre Maluf, economista da XP (BVMF:XPBR31), concorda com essas expectativas e entende que o Copom deve seguir cauteloso e observar a atividade econômica e a dinâmica em serviços. “Depois desses dados de atividade, o mercado está mais preocupado e a discussão ganha mais força. Acho que, na margem, a probabilidade de eles tirarem esse plural e mudarem a redação do comunicado subiu”. Mesmo assim, a XP espera que somente na reunião em maio o Copom deve abandonar esse plural ou até mesmo suprimir o compromisso.
Pressões inflacionárias
A inflação segue trazendo preocupação, na opinião de Ecio Costa, professor de Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Nos últimos três meses, a inflação veio acima do esperado pelo mercado. A inflação está bem no teto da meta em doze meses”.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,83% em fevereiro, acima do esperado, puxado principalmente por educação, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, o índice havia subido 0,42%. Assim, o indicador acumula alta de 4,50% em doze meses. A meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% para este ano, com limite de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Veja a trajetória do IPCA em doze meses:
O Banco Central segue atento em relação às projeções de mercado do Boletim Focus, para verificar se as expectativas estariam ancoradas. “Há uma expectativa de redução nas últimas reuniões, o que é um indicativo interessante, para que dê margem para o Copom reduzir os juros”, completa Costa.
Por outro lado, o economista menciona preocupações fiscais, como um aumento da relação dívida/PIB, previsão de dados de fevereiro com pagamento robusto de precatórios, além da resiliência do mercado de trabalho, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que apontam para uma atividade econômica aquecida, com criação de vagas de emprego formal que vieram o dobro do esperado.
Como não há sinalização de cortes nas taxas de juros na economia americana e o mercado de trabalho segue resiliente, a tendência é de que o Copom mantenha a previsão de redução para a próxima reunião, espera o professor.
“Nas últimas leituras de mercado de trabalho, a gente viu salários acelerando pelo quinto mês consecutivo, a taxa de desemprego agora se situa no patamar mais baixo desde 2015. E a gente também tem visto leituras muito fortes de atividade”, afirma o economista da XP, ao citar as últimas pesquisas mensais do comércio e de serviços, que demonstrariam resiliência da atividade no curto prazo.
Por outro lado, Maluf menciona uma contribuição relevante de commodities, tanto agrícolas quanto industriais, a para desinflação em curso, o que motivou a revisão da projeção de inflação para este ano da XP de 3,7% para 3,5%, apesar das incertezas.
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