Rio de Janeiro, 30 jul (EFE).- O Brasil registrou no primeiro semestre do ano um superávit fiscal primário de R$ 52,1 bilhões, uma queda de 20,56% com relação ao mesmo período de 2012, informou nesta terça-feira o Banco Central.
A economia do Estado brasileiro nos últimos 12 meses até junho somou R$ 91,4 bilhões, equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo os dados divulgados pelo organismo emissor.
Esses resultados colocam em dúvida a meta imposta pelo Governo de terminar o ano com um superávit nas contas públicas de R$ 110,9 bilhões, equivalente a 2,3% do PIB.
O superávit fiscal primário é a diferença entre os ingressos e as despesas do setor público brasileiro, incluindo o Governo central, administrações regionais e empresas estatais, sem levar em conta os recursos destinados ao pagamento de juros.
O Brasil, que anualmente se impõe metas de economia, utiliza o superávit primário como referência da saúde de suas contas públicas e de sua capacidade para pagar suas dívidas.
As contas públicas brasileiras foram afetadas no primeiro semestre pela menor arrecadação de impostos, já que a atividade econômica segue em desaceleração pela crise internacional.
A economia pública caiu nos últimos meses igualmente pelas medidas adotadas pelo Governo para fazer frente à crise, que incluem generosas isenções de impostos aos setores mais afetados.
O Governo tinha se comprometido inicialmente a terminar o ano com um superávit primário de R$ 155,9 bilhões, equivalente a 3,1% do PIB, mas o aumento das despesas obrigou o Governo a reduzir o objetivo para 2,3% do PIB.
Apesar dessa redução, o Ministério da Fazenda anunciou na semana passada um corte de gastos de R$ 10 bilhões com o objetivo de garantir o cumprimento da nova meta e reduzir a pressão sobre a inflação.
A economia obtida pelo Estado no primeiro semestre não foi suficiente para financiar nem a metade do valor destinado ao pagamento de juros de dívida nos seis primeiros meses do ano (R$ 118 bilhões)
Como consequência, o Brasil registrou entre janeiro e junho um déficit nominal (já incluído o destinado ao pagamento de juros) de R$ 65,9 bilhões. EFE