Por David Milliken e William Schomberg
LONDRES (Reuters) - A renda dos britânicos registrou a maior queda desde 2013 em fevereiro, em dado ajustado pela inflação, apesar da queda do desemprego para a mínima em quase 50 anos, destacando os desafios diante do Banco da Inglaterra.
A taxa de desemprego caiu a 3,8% nos três meses até fevereiro, de 3,9% antes, mostraram dados oficiais, repetindo taxa do final de 2019 e no menor nível desde 1974.
O aumento anual da renda média excluindo bônus acelerou a 4,0%, de 3,8%, mas ficou abaixo da inflação --de 6,2% em fevereiro-- e levou a uma queda de 1,3% no seu valor real, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas.
"A disparada da inflação está jogando uma grande sombra sobre um mercado de trabalho que de outro modo seria dinâmico", disse Nye Cominetti, economista da Resolution Foundation.
Em comparação com o período pré-pandemia, os empregadores britânicos enfrentam dificuldades para contratar e as vagas abertas subiram a uma máxima recorde de 1,288 milhão no primeiro trimestre de 2022.
O mercado de trabalho apertado está levando muitas autoridades do banco central britânico a temer que a inflação elevada atual --devido aos preços de energia e dificuldades da cadeia de abastecimento pós-pandemia--se torne arraigada.