Temor com demanda chinesa pesa no Ibovespa, em dia de reuniões sobre tarifas e IOF

Publicado 15.07.2025, 09:05
Atualizado 15.07.2025, 12:40
© Reuters Temor com demanda chinesa pesa no Ibovespa, em dia de reuniões sobre tarifas e IOF

A alta da maioria dos índices das bolsas em Nova York é insuficiente para estimular o Ibovespa, em meio às incertezas tarifárias, com relação ao impasse do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e dúvidas a respeito da demanda chinesa.

Apesar do crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre ante igual período de 2024, acima do esperado, há preocupações com o ritmo de expansão da economia. As vendas de novas moradias na China em valor, por exemplo, caíram 5,2% no primeiro semestre ante igual período do ano passado.

"A alta do PIB também superou a meta de crescimento 5%, mas a produção de aço da China caiu diante de incertezas com a demanda global", pontua Guilherme Petris, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Ao mesmo tempo, dados informados nesta terça-feira, 15, de moradia da China apresentaram queda, um dia após a balança comercial do país mostrar fraqueza das importações, principalmente pela demanda fraca de commodities, salienta o ING. "A persistente desaceleração do mercado imobiliário também levou a quedas nas importações de aço (-14,6%) e madeira serrada (15,3%)", pontua o banco holandês em relatório.

O foco com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também norteia os negócios no exterior bem como o início da safra de balanços do segundo trimestre nos EUA, que iniciou nesta terça com bancos como JPMorgan (NYSE:JPM), Citigroup (NYSE:C) e Wells Fargo (NYSE:WFC), além do CPI americano.

O índice de preços ao consumidor dos EUA acelerou alta a 0,30% em junho ante abril, conforme o esperado, e o dado interanual teve aumento de 2,7%, na comparação com mediana das estimativas de 2,6%. Já o núcleo do CPI - que exclui itens voláteis como alimentos e energia - subiu 0,2% em junho ante maio (previsão 0,3%) e foi a 2,9% no confronto interanual, como o esperado. Os números tendem a balizar as apostas para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) no final do mês.

Para Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, o CPI mensal veio um pouco acima do esperado, mas os núcleos e a parte de alimentos, em linha. "Diminui o cenário de corte de juros pelo Fed este ano e acaba favorecendo uma postura restritiva de ’higher for longer’ indicação de taxas no nível atual por um longo período", avalia.

Em relação às tarifas, os EUA anunciaram taxa de 17,09% sobre a maioria das importações de tomate do México, além da sobretaxa ao país de 30% anunciada no fim de semana. A União Europeia finalizou uma segunda lista de contramedidas para atingir produtos norte-americanos no valor de US$ 84 bilhões, caso decida retaliar.

Em meio a incertezas sobre o nível efetivo das tarifas dos EUA, o governo brasileiro publicou no Diário oficial da União o decreto que regulamenta a reciprocidade econômica e abre caminho para eventuais medidas de retaliação.

As reuniões do governo com o setor produtivo para debater o tarifaço de Trump começam às 10 horas, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza às 15 horas a audiência de conciliação entre o Executivo e o Legislativo sobre o aumento do IOF.

Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, suspendeu todos os decretos relativos ao tributo. O governo e Congresso avançam em acordo para retirar do decreto presidencial o trecho sobre risco sacado, tido como frágil juridicamente e politicamente sensível. A avaliação é que o Palácio do Planalto aceitará a retirada parcial se o restante da norma for preservado.

Na segunda, 14, o Ibovespa fechou em baixa de 0,65%, aos 135.298,99 pontos. Foi o sexto pregão seguido de desvalorização.

Às 11h09 desta terça, o Índice Bovespa caía 0,54%, aos 134.573,27 pontos, ante recuo de 0,55%, na mínima aos 134.553,81 pontos, depois de ter iniciado a sessão aos 135.298,22 pontos ante máxima a 136.021,52 pontos, em alta de 0,53%.

Vale (BVMF:VALE3) caía 2,55% e Petrobras (BVMF:PETR4) cedia entre 0,68% (PN) e 0,71% (ON). Em Nova York, só o Dow Jones caía, 0,55%.

Às 9h38, o Índice Bovespa futuro caía 0,14%, aos 136.565 pontos. No mesmo horário, os ADRs da Vale subiam 0,30% e os da Petrobras cediam 0,08%, apesar da elevação moderada do petróleo. Em Dalian, hoje o minério de ferro encerrou com valorização de 0,13%.

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