Washington, 9 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta terça-feira a imposição de tarifas à União Europeia (UE) em produtos avaliados em US$ 11 bilhões, que foi proposta ontem pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), devido aos subsídios públicos recebidos pela fabricante de aeronaves Airbus.
"A Organização Mundial do Comércio (OMC) estabeleceu que os subsídios da UE à Airbus afetaram negativamente os EUA, que agora imporão tarifas a produtos europeus avaliados em US$ 11 bilhões!", escreveu Trump no Twitter.
O presidente americano concluiu sua mensagem afirmando que durante "muitos anos" a UE "tem se aproveitado" de Washington em matéria comercial, e, por isso, esbravejou: "Em breve isso vai acabar!".
O tweet de Trump chega menos de um dia depois de o USTR propor a adoção da medida, à espera de uma decisão da OMC sobre o imbróglio envolvendo os dois blocos comerciais, algo que pode acontecer em agosto.
"Este caso está em litígio há 14 anos e chegou a hora de agir. O governo está se preparando para responder imediatamente quando a OMC emitir sua conclusão sobre o valor das contramedidas dos EUA", disse na segunda-feira em comunicado o responsável do USTR, Robert Lighthizer.
As tarifas podem afetar não só a Airbus e a indústria da aviação, mas também produtos alimentícios como queijo, azeite de oliva e vinho.
Washington denunciou em 2004 na OMC as ajudas à Airbus "após muitos anos tentando convencer sem sucesso a UE e quatro de seus membros" - Espanha, França, Reino Unido e Alemanha - de dar fim aos subsídios. O bloco europeu, por sua vez, também denunciou as ajudas dos EUA à Boeing (NYSE:BA).
A OMC, de fato, decidiu no último dia 28 que os EUA deram à Boeing subsídios contrários à legislação internacional, que prejudicaram a Airbus e distorceram o mercado.
Em 2018, a organização também decidiu que a UE manteve ajudas à Airbus após uma decisão que a impedia de fazê-lo.
Foi então que os EUA pediram aos árbitros da OMC que determinassem o valor das sanções que Washington poderia impor às importações da UE por ter mantido em parte os subsídios à fabricante europeia.