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Trump diz que acordo comercial com China está "próximo", mas frustra expectativa de mais detalhes em evento em NY

Publicado 12.11.2019, 18:23
Trump diz que acordo comercial com China está "próximo", mas frustra expectativa de mais detalhes em evento em NY

Por Jeff Mason

NOVA YORK (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve nesta terça-feira a perspectiva de conclusão de um acordo comercial inicial com a China "em breve", mas não ofereceu novos detalhes sobre as negociações, em um discurso aos moldes de seu estilo de campanha, destacando os recordes de seu governo na economia.

Os mercados estavam na expectativa pelo discurso do presidente no Clube Econômico de Nova York, mas mal se moveram após a fala, que não trouxe grandes anúncios.

Com isso, rumores de que Trump poderia anunciar um local e data para a assinatura de um acordo comercial com o presidente chinês, Xi Jinping, se mostraram infundados.

Trump disse que os negociadores norte-americanos e chineses estão "próximos" de uma "fase um" de um acordo comercial, mas repetiu a repetida retórica sobre a "trapaça" da China no comércio.

"Eles estão morrendo de vontade de fazer um acordo. Somos nós que estamos decidindo se queremos ou não fazer um acordo", disse Trump sobre a China. "Estamos perto. A Fase Um de um acordo comercial significativo com a China pode acontecer. Pode acontecer em breve. Mas só aceitaremos um acordo se for bom para os Estados Unidos, nossos trabalhadores e nossas grandes empresas."

Trump disse que aumentaria as tarifas dos produtos chineses "substancialmente" se a China não fizesse um acordo com os EUA. "E isso será verdade para outros países que nos maltratarem também", acrescentou.

"Acho que não aprendemos nada de novo com o discurso de Trump", disse Greg Anderson, chefe global de estratégia de câmbio da BMO Capital Markets em Nova York.

"A única coisa que talvez seja nova é que ele não anunciou uma data e hora para uma cerimônia de assinatura. Onde os mercados esperavam isso, essas esperanças foram frustradas", disse Anderson, acrescentando que a compra de ativos mais arriscados perdeu força quando se tornou aparente que nenhum grande anúncio seria feito.

Mais tarde, o assessor econômico da Casa Branca Larry Kudlow disse que não haverá ajustes tarifários até que seja feito um acordo comercial com a China.

Em entrevista à CNBC, Kudlow disse que os Estados Unidos e a China fizeram progressos nos temas roubo de propriedade intelectual, serviços financeiros, estabilidade da moeda, commodities e agricultura.

CRÍTICAS AO FED

Mais uma vez, Trump mirou as decisões da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Trump disse que o Fed deixou as taxas de juros norte-americanas mais altas do que muitas outras economias e que preferiria taxas negativas.

"Lembrem-se de que estamos competindo ativamente com países que cortam abertamente as taxas de juros, de forma que muitos agora estão sendo realmente pagos quando quitam seus empréstimos, o que é conhecido como juros negativos. Quem já ouviu falar disso?", afirmou a membros do Clube Econômico de Nova York.

"Dê-me um pouco disso. Dê-me um pouco desse dinheiro. Quero um pouco desse dinheiro. Nosso Federal Reserve não nos deixa fazer isso."

O Fed cortou as taxas de juros por três vezes desde julho, depois de uma série de nove aumentos desde o final de 2015. Trump tem criticado repetidamente o Fed por não reduzir ainda mais as taxas.

Trump elogiou os cortes de impostos aprovados pelos republicanos em 2017, dizendo que eles criaram um boom econômico sem precedentes, e afirmou ainda que havia espaço para reduções adicionais em alíquotas também, fazendo alusão a um plano republicano de "corte de impostos 2.0" barrado pelos democratas na Câmara de Deputados.

Como sempre tem feito, Trump apontou o rali do mercado para recordes como uma validação de suas políticas econômicas e comerciais.

O S&P acumula alta de mais de 36% desde que Trump tomou posse, embora dois terços desse ganho tenham ocorrido em seu primeiro ano na Casa Branca, antes de seu foco se voltar para o comércio e o presidente começar a impor tarifas sobre as importações da China.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447757)) REUTERS GP JCG

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