SÃO PAULO (Reuters) - O UBS BB (SA:BBAS3) diminuiu sua projeção para o patamar dos juros básicos ao final do atual ciclo de aperto monetário do Banco Central em 1 ponto percentual completo, a 12,75% ao ano, citando posicionamento mais "dovish", leniente, da autarquia em relação às crescentes expectativas de inflação.
Em cenário anterior, o banco privado esperava que a taxa Selic alcançaria 13,75% ao ano, após duas elevações consecutivas de 1,5 ponto percentual nas reuniões de março e maio.
Seus prognósticos foram frustrados na quarta-feira, no entanto, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o juro em apenas 1 ponto percentual, a 11,75%, indicando aperto da mesma magnitude em seu próximo encontro.
"Considerávamos nosso 'call' de 1,50 ponto para a última reunião adequado para lidar com a incerteza sobre petróleo/guerra em meio a expectativas de inflação tão altas", disseram estrategistas e economistas do UBS BB em relatório com data desta quinta-feira.
Segundo estimativas captadas no boletim Focus, a expectativa para a alta do IPCA em 2022 saltou a 6,45% nesta semana, distanciando-se ainda mais da meta. Para 2023, ano de maior peso no horizonte relevante do BC, a previsão subiu a 3,70%. Os objetivos de inflação para este ano e o próximo são de 3,5% e 3,25%, respectivamente, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
"No entanto, o Copom tem visto isso de forma diferente", acrescentaram os especialistas do UBS BB, citando "interpretação mais 'dovish' em relação às expectativas de inflação", que seria "o maior risco em ter apertado 1 ponto nesta reunião em vez de 1,50 ponto".
Nesse contexto, parece provável que o BC encerrará seu ciclo de aperto monetário com mais uma alta de 1 ponto percentual, disse o UBS BB, embora veja riscos altistas para essa estimativa.
Sob o novo cenário, o credor espera que a Selic permaneça em 12,75% até março de 2023, quando deve ser iniciado um ciclo de afrouxamento em direção a taxa de 8,0%.
(Por Luana Maria Benedito)