Por orientação da União, a assembleia geral ordinária (AGO) do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) concedeu reajuste apenas parcial aos membros da diretoria do banco. A remuneração fixa da presidente, dos vice-presidentes e dos diretores para o período entre abril deste ano e março do ano que vem recebeu aumento de 4,62%, em linha com a inflação.
O montante global que o BB poderá destinar à remuneração dos administradores será de R$ 76,2 milhões, mais de 19% abaixo do que o banco havia proposto, de R$ 94,5 milhões. O total fixado seguiu orientação do acionista controlador, o governo, de acordo com ata da assembleia publicada pelo banco.
A remuneração da diretoria do BB está abaixo da média praticada pelos bancos privados de porte similar. No ano passado, o banco foi autorizado a desembolsar R$ 73,7 milhões, enquanto o Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) recebeu aval para fazer pagamentos de R$ 495 milhões; o Bradesco (BVMF:BBDC4), de até R$ 732,3 milhões; e o Santander Brasil (BVMF:SANB11), de até R$ 517,5 milhões.
Nos últimos anos, o BB tem solicitado reajustes nos salários de membros da diretoria sob a argumentação de que a remuneração dos diretores está muito próxima dos gerentes de unidades estratégicas, cargos mais altos entre os funcionários celetistas do banco, apesar de os diretores estatutários acumularem responsabilidades maiores.
A proximidade se dá pelo fato de que entre 2016 e 2022, a remuneração da diretoria do banco não foi reajustada. Os pedidos do banco têm sido rejeitados pela União, que concede reajustes menores que os solicitados ao longo desse período. Essa discrepância tem feito com que executivos deixem o banco rumo à iniciativa privada.
Os montantes que os bancos e as empresas de capital aberto são autorizados a destinar aos executivos de alto escalão não necessariamente são desembolsados em sua totalidade. Boa parte das remunerações é variável, e só é paga mediante o cumprimento de metas de desempenho.