Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de materiais de construção tiveram forte queda no primeiro mês de 2016, com a manutenção de condições negativas vistas em 2015 e com a entidade que representa o setor citando fraqueza tanto no segmento do varejo como no de construtoras.
A Abramat afirmou nesta sexta-feira que as vendas caíram 20,5 por cento janeiro na comparação com o mesmo mês em 2015. O recuo tanto dos materiais de base (-19,9 por cento) quanto de acabamento (-21,4 por cento) pressionou os resultados consolidados.
Na comparação com dezembro, as vendas subiram 5 por cento, disse a entidade.
Segundo a associação, as condições negativas que predominam desde o segundo semestre de 2015 permanecem para o varejo e para as construtoras, agravadas pela forte intensidade das chuvas no início de ano, que atrasaram andamento de obras.
"O setor só vai observar uma reação no mercado a partir de abril ou maio", estimou o presidente da associação, Walter Cover. Esta retomada depende, porém, de mais crédito ao setor, obras de infraestrutura e implementação completa da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida.
Por outro lado, a associação pondera que a substituição de importações e aumento das exportações, ajudadas pelo câmbio, podem contribuir para um cenário "menos pior do que o de 2015".
A expectativa da Abramat é de retração de 4,5 por cento nas vendas em 2016. Em 2015, as vendas caíram 12,6 por cento sobre 2014, recuando ao nível de 2007.
Em janeiro, o nível de emprego na indústria de materiais de construção teve queda de 8,9 por cento na comparação com igual mês do ano passado. Ante dezembro, o recuo foi de 0,3 por cento.