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Vendas no varejo brasileiro caem 0,9% em agosto e setor caminha para pior ano desde 2003

Publicado 14.10.2015, 11:40
© Reuters. Mulher olhando eletrodomésticos em São Paulo
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Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas varejistas recuaram mais que o esperado em agosto, deixando o setor a caminho do pior desempenho anual em 12 anos e contaminando as expectativas para 2016, num aprofundamento do cenário de recessão econômica no país com inflação alta e desemprego subindo.

A queda de 0,9 por cento em agosto sobre o mês anterior foi a sétima mês seguida, tendo conseguido variação positiva somente em janeiro, de 0,1 por cento. Com isso, elas acumulam nos primeiros oito meses deste ano perdas de 3,0 por cento, apagando o ganho de 2,2 por cento em 2014 como um todo e a caminho de terminar o ano com contração pela primeira vez desde 2003 (-3,7 por cento).

Em relação a agosto de 2014, as vendas recuaram 6,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Os dois resultados foram bem piores do que a expectativa em pesquisa da Reuters junto a especialistas, de recuo de 0,55 por cento na base mensal e de 5,6 por cento sobre um ano antes.[nL1N12D1B4]

"O viés é de baixa para a projeção do varejo em 2015 e contamina 2016. Com o cenário atual de renda, de crédito e político, não tem nada que possa reverter o cenário do consumo das famílias", afirmou o economista da Tendências Consultoria Rodrigo Biaggi, que projeta queda de 4,1 por cento para o varejo este ano e de 1,5 por cento no próximo.

A confiança do consumidor brasileiro continua em níveis históricos baixos, como reflexo da economia em recessão, deterioração do mercado de trabalho e em meio à forte crise política que assola o país.

"O cenário de curto prazo para o consumo privado e vendas no varejo continua negativo desde à signifivativa desaceleração do fluxo de crédito, altos níveis de endividamento, queda da criação do emprego e do crescimento de salários, e taxas de juros mais altas", destacou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.

As projeções para a economia no próximo ano vêm se deteriorando constantemente, com economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central projetando contração de 1,20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando a dificuldade de recuperação ante a retração de 2,97 prevista para este ano.[nL1N12D0MQ]

LIVROS E MÓVEIS

O IBGE apontou que seis das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda em agosto na comparação mensal no volume de vendas, sendo a maior para Livros, jornais, revistas e papelaria, de 2,6 por cento. Já as vendas de Móveis e eletrodomésticas perderam 2 por cento, enquanto Combustíveis e lubrificantes tiveram queda de 1,3 por cento sobre julho.

Por outro lado, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, setor com maior peso na estrutura do comércio varejista, reduziu as perdas para 0,1 por cento em agosto na base mensal, contra recuo de 1,5 por cento em julho.

Ainda assim o impacto negativo do setor sobre o resultado de agosto foi grande, segundo a economista do IBGE Isabella Nunes, em decorrência da inflação elevada vinda do dólar mais alto, que somente em agosto subiu 5,91 por cento sobre o real.

"A grande diferença é o enfraquecimento do mercado de trabalho e a inflação mais alta. Mesmo os (setores) que ainda crescem no ano vêm perdendo força por conta do menor poder de compra das pessoas", destacou Isabella.

Já o varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção, registrou queda de 2,0 por cento em agosto sobre o mês anterior, pressionado principalmente pelo recuo de 5,2 por cento em Veículos e motos, partes e peças.

Veja os resultados dos segmentos no varejo (% do mês sobre o mês anterior):

Atividade Julho Agosto

.Comércio Varejista -1,6 -0,9

1.Combustíveis e lubrificantes -0,8 -1,3

2.Hipermercados, supermercados,

produtos alimentícios e bebidas-1,5 -0,1

..Super e Hipermercados -1,5 -0,4

3.Tecidos, vestuário e calçados -1,2 -1,7

4.Móveis e eletrodomésticos -2,5 -2,0

5.Artigos farmacêuticos e perfumaria -0,8 +0,6

6.Equipamentos, material escritório -5,5 +1,0

e comunicação

7.Livros, jornais e papelaria -1,2 -2,6

8.Outros artigos de uso doméstico -0,2 -0,2

© Reuters. Mulher olhando eletrodomésticos em São Paulo

.Comércio Varejista Ampliado +0,5 -2,0

9.Veículos, motos, peças e partes +5,4 -5,2

10.Material de construção -2,4 -2,3

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