WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos permaneceram inalteradas em julho, uma vez que a queda dos preços da gasolina pesou sobre as receitas nos postos, mas os gastos dos consumidores parecem ter se mantido, o que pode aliviar ainda mais os temores de que a economia já estivesse em recessão.
Segundo os dados do Departamento de Comércio desta quarta-feira, a estabilidade no varejo no mês passado seguiu-se a uma alta de 0,8% em junho, em dado revisado pra baixo de 1,0% informado antes.
Economistas consultados pela Reuters projetavam que as vendas aumentariam 0,1%, com estimativas variando de um declínio de 0,3% até um aumento de 0,9%. As vendas no varejo são em sua maioria de bens e não são ajustadas pela inflação.
O índice de preços ao consumidor mensal ficou inalterado em julho depois que a gasolina recuou de recordes, baixando a taxa anual da inflação para 8,5%, de 9,1% em junho.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentícios, as vendas no varejo aumentaram 0,8% no mês passado, depois de terem subido 0,7% em junho.
Essa medida corresponde mais estreitamente ao componente de consumo do Produto Interno Bruto.
Os gastos dos consumidores cresceram no ritmo mais lento em dois anos no segundo trimestre. O aumento modesto foi compensado pela fraqueza nos gastos das empresas e do governo, bem como nos investimentos residenciais, resultando em contração do PIB no segundo trimestre consecutivo.
Mas com o mercado de trabalho mantendo um ritmo acelerado de crescimento do emprego em julho e a produção industrial atingindo um nível recorde, a economia provavelmente não está em recessão.
Ainda assim, os aumentos agressivos da taxa de juros pelo Federal Reserve para amortecer a demanda e conter a inflação deixam a economia vulnerável a uma retração.
(Reportagem de Lucia Mutikani)