Por Vivian Sequera e Sarah Kinosian
CARACAS (Reuters) - O líder opositor venezuelano Juan Guaidó propôs na terça-feira uma suspensão progressiva das sanções dos Estados Unidos como incentivo para o presidente, Nicolás Maduro, realizar eleições "livres e justas" com partidos contrários ao seu governo.
Em um vídeo publicado em sua conta de Twitter, Guaidó sugeriu um "acordo nacional" que inclua um cronograma de eleições gerais no país sul-americano envolvendo uma coalizão de oposição, assim como o Partido Socialista governista de Maduro.
A proposta dá a entender que a oposição pode estar disposta a reverter a estratégia de abstenção eleitoral e retomar negociações com o governo. As conversas travaram em 2019, e em dezembro a maior parte da oposição boicotou as eleições legislativas dizendo que as condições de votação não eram justas A nação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prepara eleições estaduais neste ano.
"A Venezuela está vivendo a pior crise de toda a sua história", disse Guaidó. E acrescentou: "Precisamos chegar a um acordo para salvar a Venezuela."
Guaidó disse que qualquer pacto precisa incluir um cronograma de eleições presidenciais, parlamentares, regionais e municipais "livres e justas" com observadores internacionais, garantias democráticas e entrada de ajuda humanitária e vacinas contra Covid-19. A suspensão progressiva das sanções seria condicionada pela aderência do governo Maduro a estas condições, entre outras.
Maduro respondeu na noite de terça-feira em uma transmissão ao vivo na televisão estatal, dizendo que "se ele (Guaidó) quiser se unir aos diálogos que já estão em andamento, tratando de todos os temas, é bem-vindo".